Um elenco no limite

Quando o Fluminense venceu o Atlético-MG há quase um mês (1 a 0, gol de Luciano), no Engenhão, achou que a sua tarefa no Brasileiro estava resolvida.

O time havia chegado aos 40 pontos restando ainda oito rodadas e, com a situação praticamente resolvida no campeonato, a hora era de concentrar forças para ir longe na Sul-Americana.

“Praticamente” resolvida não é resolvida, deveriam saber.

Sobretudo os tricolores, “praticamente” rebaixados em 2009, com mísero um por cento de chance de escapar, mas salvos ao fim da última rodada.

Não se deseja que o inverso agora aconteça.

Os três pontos conquistados contra o Galo foram, na realidade, uma exceção à baixa vertiginosa de rendimento do Flu, iniciada uma rodada antes, na derrota por 3 a 0 para o Flamengo.

Era, então, a 29ª rodada. E, de lá para cá, o Tricolor mais pareceu um avião em queda livre.

Foram quatro derrotas (três pelo placar de 3 a 0), um empate e apenas uma vitória.

Dez gols sofridos e apenas um marcado.

O Flu desabou quando menos podia.

A vitória do virtual campeão Palmeiras na noite de quarta não surpreende. Um abismo separa, tecnicamente, os elencos.

Mas a maneira como o Flu perdeu, sim, chamou a atenção e preocupou muito.

Um time apático, sem forças, desgastado.

Há, sim, hombridade entre os atletas deste elenco, como costumo reiterar aqui, mas para tudo tem um limite.

Inconscientemente, parecem cansados de cumprirem unilateralmente com suas obrigações.

O que justificaria a cobrança de atrasados a Paulo Angioni logo após a partida, como noticiou-se.

Não é, definitivamente, nada saudável para o ambiente nem para o emocional dos jogadores essa situação.

Há entre eles reconhecidas limitações, mas nunca lhes faltou seriedade, honradez – registre-se sempre.

Era uma opinião comum entre os tricolores que o time ter atingido 40 pontos na 30ª rodada e alcançado a semifinal de uma copa continental era algo além do imaginado no início da temporada, sobretudo depois que o atacante Pedro, machucado, saiu de combate.

Não há, portanto, nada mais que justifique a virada de fio nesta reta final senão o desgaste emocional dos jogadores.

Estão exauridos, no limite de suas condições psicológicas.

Uma nova debandada deverá acontecer neste fim de ano.

Profissional algum suporta trabalhar com uma direção tão amadora e irresponsável assim.

Cumprir com suas obrigações não é favor, é dever.

Se alguém tem que ser cobrado – e muito – a esta altura é a direção inerte e inábil do Fluminense.

Aos jogadores e à comissão técnica, meu respeito.

Segunda à noite, estarei levando meu apoio na final antecipada contra o Ceará.

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