“O Fluminense é f…”

A situação fica clara quando a ferramenta é grande.

Na rodada de abertura do Campeonato Brasileiro, o Fluminense entrou pressionado pela instabilidade apresentada em atuações recentes e por determinados ruídos que circularam na imprensa.

Falou-se, entre outros, de focos de descontentamento, pelo fato de o clube dever quatro meses de direitos de imagem aos atletas.

Para piorar, reportagem da revista Época mostrou o rombo financeiro deixado pelo presidente anterior, Peter Siemsen, em uma administração que, como gritam os números, se revelou caótica – cerca de meio bilhão de reais.

A ferramenta em questão é a vontade, o comprometimento do elenco, como destacou Abel em sua coletiva após a estreia vitoriosa sobre o Santos, atual vice-campeão.

O técnico se mostrou orgulhoso, reforçou o valor de seus comandados, destacou o aspecto emocional, os desafios transpostos.

A vitória por 3 a 2 veio sobre uma equipe reconhecidamente mais qualificada, ainda invicta na Libertadores.

De quebra, o Tricolor foi o único entre os cariocas que experienciou o sabor do triunfo no fim de semana.

Por tudo isso, o desabafo de Abel se revelou oportuno, sincero, tricolor: “O Fluminense é f…”.

O plantel enxuto, como disse Richarlison, é constituído por profissionais que lutam pelo seu espaço, comprometidos, com hombridade. “Não há ninguém de sacanagem aqui”.

No lance do terceiro gol, o atacante mostrou-se faminto, ávido por não deixar que a bola saísse pela linha de fundo.

Na sequência, serviu Wendel, que limpou a zaga e tocou para Sornoza finalizar de modo belíssimo.

O time que esteve em campo pela terceira vez em sete dias é bom, competitivo, o que não basta, infelizmente.

Não são super-heróis.

Razão por que entraram em campo neste domingo “sob a aura da desconfiança”, como escrevi.

Mas não por sua capacidade técnica.

Mas física.

O Flu conta hoje com 11, no máximo 12 bons jogadores.

E só.

Aguentarão o tranco, varar o ano sem substitutos?

Parece óbvio que não.

E será aí que o Tricolor poderá sucumbir.

A semana reserva a eles mais dois desafios daqueles.

Grêmio, pela Copa do Brasil, e Atlético-MG, pelo Brasileiro, ambos fora.

Que time será escalado?

Abel não sabe – e não blefa.

Contra o Peixe, seus Henriques engrandeceram.

Um atrás, outro na frente.

Dourado repetiu o feito do Fla-Flu, abrindo o placar logo aos três minutos.

Faria outro, de pênalti (que ele sofreu), antes da saída para o intervalo, reforçando convicções.

Há vontade, a ferramenta é grande.

Falta é plantel.

O jeito que o Flu dará, não sabemos.

Mas é tempo de reconhecer a sinceridade da atual administração, leal em seu posicionamento com os profissionais e com a torcida, e de valorizar os que que hoje efetivamente vestem as nossas cores.

Como Abel, tricolor de alma.

Que tem razão.

O Fluminense resiste a tudo e a todos.

É mesmo do barulho!

***

Feliz Dia das Mães!

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71 thoughts on ““O Fluminense é f…”

  1. Sinceramente, dizer que o Cavaliere falhou nos segundo gol do Santos, se não é perseguição, é coisa de torcedor mesmo. Foi uma grande defesa à queima roupa, não dava para escolher pra onde rebater. Se quiser culpar alguém, que se culpe quem não acompanhou o adversário que entrou pelo meio.

    No blog do Santos, o blogueiro considerou o primeiro gol do Dourado como falha do zagueiro deles. Sacanagem também, pois foi uma bela jogada do Léo e muito mérito do Dourado na antecipação, praticamente saltando e se esticando para chegar primeiro que o zagueiro que estava colado nele. Pra você ver como é o torcedor…

    ST

  2. Boa tarde, caro João e demais tricolores,

    Para mim, a gestão Peter de bom somente duas coisas: valorizou Xerém e construiu o CT (graças ao Pedro Antônio, registre-se). De resto, só mentiras para eleger o sucessor…

    Quanto ao jogo, uma vitória é sempre uma vitória (três pontos), sobretudo numa largada de campeonato. Mas o Abel continua com suas teimosias. Quase entrega um jogo ganho.

    E já começou a poupar jogadores, em hora decisiva. Será que a Copa do Brasil não é importante pra essa diretoria e para o Abel? Fica a dúvida….

  3. Boa tarde, João! Discordo com os 11 a 12 bons… se contar o time titular desse domingo… estavam no banco Douglas (era titular), Scarpa (era e deve ser titular, então o que sair poderá ser útil tb), M. Junior (muito útil), Pierre (útil em jogos mais pesados, que precise de marcação), M.Calazans (deve ser muito útil, se bem aproveitado), L.Fernandes, que ainda não encaixou, mas é bom jogador (o ATP quer a volta dele até hj, estão tentando comprá-lo). Acho que temos uns 15 a 16 bons jogadores. Ainda assim é pouco para o BR, aí concordo com vc. Em determinado tempo, teremos que priorizar alguma coisa para brigar de fato por algo… Mas pelo que vi dos adversários, não correremos risco de cair, salvo as vendas no meio do ano. E se pudermos contratar os tais 2 a 3 jogadores que tenham capacidade de jogar, ficaremos muito bem. É aguardar para ver. Próximos 3 jogos serão pedreira. E só pra constar: CAVA salvou duas, sem culpa nos gols. Ahahahaha!!! Um abraço. ST!

    1. Boa análise, Thiago! Na minha opinião, Diego Cavalieri falhou no segundo gol do Santos, ao rebater um chute fraco para frente. Um prato cheio para que vinha de frente. Grande abraço a você também.

  4. Orejuela e WS não viajaram, vai entrar Pierre e MJR , não são jogadores a altura dos titulares, nosso plantel tem que ser mais qualificado. acho que o Abel poderia testar outra formação, ou outro jogadores.
    Calazans e o Norton poderia começar jogando.

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