Maraca pulsa, e Cano põe o Flu na semi: “Em busca da história”

O Germán Cano é tricolor, diz a música da torcida em sua homenagem.

Autor do gol que classificou o Fluminense para a semifinal da Copa do Brasil, o atacante, que já marcou 31 vezes só nesta temporada, disse que está em busca de fazer história.

Para além do título estadual, quando eternizou seu nome na galeria de heróis tricolores com quatro gols decisivos, contra Botafogo e Flamengo, o orgulhoso pai de Lorenzo quer alçar voos ainda maiores, como ser campeão nacional pelo Flu, ser um ídolo icônico, tal como Fred, que deve tê-lo aconselhado a associar sua imagem à do clube, que tão bem lhe acolheu.

Cano é um jogador de 34 anos e impressiona pela forma física e fase iluminada.

Fazer do Flu o último clube de sua carreira, considerando que possa jogar mais três ou quatro anos em bom nível, é tempo bastante para fazer dele um Top 10 na artilharia histórica do clube.

Cano tem carisma — e muito oportunismo.

Ainda que, contra o Fortaleza, tenha furado duas bolas à feição dentro da área, foi ele quem mais uma vez resolveu, no fim das contas — e, só para variar, com nova assistência de Arias, ovacionado por 60 mil tricolores ao sair, já praticamente no fim.

Antes, de pênalti, Ganso havia diminuído o prejuízo de um primeiro tempo em que o time esteve tão irreconhecível quanto no Beira-Rio, com incomuns falhas de Nino (deu lugar a Martinelli no intervalo), e sob os olhos de Tite, presente ao Maracanã.

Que ninguém duvide: o Fluminense passou por um grande adversário, muito bem treinado por Juan Pablo Vojvoda, que vem levando o Leão do Pici longe — e com ineditismo, como à semi da Copa do Brasil passada e às quartas da Libertadores deste ano.

Além da vaga, o Tricolor embolsou mais de R$ 10 milhões só de uma vez — R$ 8 milhões pela classificação mais R$ 2,3 milhões da renda do jogo.

Será a sexta vez do time entre os quatro finalistas da Copa — nas outras cinco, avançou em três (1992, 2005 e 2007) e ficou pelo caminho em duas (2006 e 2015).

Nas quartas, também foram mais classificações — seis — do que eliminações — cinco, uma delas para o Corinthians, em 2009, com quem reeditará duelo na competição, desta vez valendo vaga na finalíssima.

Naquela, 68.158 torcedores fizeram o Maracanã tremer numa noite de quarta, que, como a deste Flu x Fortaleza, terminou em 2 a 2 — com a diferença que o 1 a 0 na ida tinha sido a favor do mandante.

Novo encontro, e com igual número de torcedores, pode ser agendado para o próximo dia 24, dependendo do sorteio na CBF, nesta sexta.

Ou para setembro, caso tenha que jogar a primeira em São Paulo.

Fato é que, seja lá quando for, o Tricolor está perto do bi, como Fred avisou que aconteceria, sob comando de Diniz.

Foto: Marcelo Gonçalves / FFC

Fred, aliás, marcou o último gol de sua carreira contra nosso futuro adversário, naquela já histórico 4 a 0, no dia 2 de julho.

Porque o penúltimo foi na vitória de virada sobre o Vila Nova-GO, pela atual Copa do Brasil.

Se o Flu “bater campeão”, expressão que usou, Fred tem todo o direito de reivindicar mais essa taça nacional — embora nem precise, já que o título seria imediatamente acrescido ao seu currículo.

Que Germán Cano, o amigo e sucessor, também quer rechear — por Fred, por ele, pelo Flu e, claro, por Lorenzo.

Faltam quatro.

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Foto principal: Armando Paiva (L!Press)