Tricolor de bola cheia

Novo diretor de Planejamento Esportivo do Fluminense, o agora ex-jogador Fred esteve na França menos de dez dias depois do término da Copa para um intercâmbio sobre o desenvolvimento de clubes para times da Ligue 1, a primeira divisão do país vice-campeão do mundo. Além do Lyon, pelo qual jogou de 2005 a 2009, tendo conquistado três títulos da Ligue 1 e uma Taça da França, Fred também visitou o estrelado Paris Saint-Germain, viabilizando imagens de estratosférico valor para a marca, ao tirar foto com ninguém menos que Mbappé, craque francês campeão do mundo na Rússia e artilheiro da última Copa, exibindo a camisa do Fluminense.

Era apenas uma troca, um retorno de marketing, mas bem que poderia ser também uma ação promocional entre os campeões da Libertadores e da Champions League. Fluminense e PSG estariam às vésperas de decidir o título mundial e dois de seus principais nomes estariam promovendo o jogão, que seria assistido por todo o planeta, já pensou?

Meios para isso acontecer de verdade, Flu e PSG têm: grandes elencos (embora financeiramente incomparáveis), trabalho continuado e participação garantida nos torneios continentais — no caso do time francês, já até avançou às oitavas, fase em que enfrentará o Bayern de Munique, em fevereiro. Já o Flu só estreia na Libertadores em abril, diretamente na fase de grupos.

Para a sua disputa, a terceira seguida, o Fluminense manteve a espinha dorsal do elenco campeão estadual e terceiro colocado no Brasileiro e renovou com o técnico Fernando Diniz por mais dois anos.

Crédito: Marcelo Gonçalves/FFC

Fábio, Samuel Xavier (até 2024), Nino (até 2024), Manoel (até 2024), David Braz (até 2024), André (até 2026), Paulo Henrique Ganso (até 2025), Jhon Arias (até 2025), Germán Cano (até 2025), jogadores que sustentaram o esquema de Diniz e terminaram o ano em alta, seguem no clube e tiveram seus contratos estendidos — com exceção de Fábio e Arias, com vínculo até o fim de 2025.

Fábio é um caso à parte. Com 42 anos (completa 43 em setembro), cumpriu a meta de disputar pelo menos 60% dos jogos como titular e ativou cláusula de seu contrato com o clube para permanecer até o fim de 2023. Com isso, Marcos Felipe, até para readquirir ritmo de jogo, pediu para ser emprestado ao Bahia, o que foi aceito pelo clube, mas sob a condição de estender o seu vínculo com o Fluminense até o fim de 2024, uma decisão acertada da diretoria, que assim sinalizou para a sua prata da casa que segue apostando nela depois do encerramento da carreira de Fábio, merecidamente titular do gol tricolor. Vitor Eudes, do Marítimo (POR) — mas formado nas categorias de base do Cruzeiro —, foi contratado para ser o reserva imediato da posição.

Nathan e Matheus Martins foram as principais baixas. O meia gravou depoimento em que disse ter feito amigos no Flu, mas que preferia seguir no Atlético-MG, mesmo não fazendo parte do planejamento do Galo. Já o jovem atacante teve confirmada sua transação para o Watford (ING).

Para o lugar deste, a direção agiu rápido e trouxe o predestinado Keno, que brilhou no título brasileiro do ano retrasado, pelo Atlético-MG, então dirigido por Cuca. Já a saída de Nathan, decisivo em alguns jogos, mas na maior parte do tempo sem atitude, representou um alívio de R$ 6,5 milhões anuais na folha. Com a reserva no cofre, o clube vem negociando para trazer de volta Vina, que tem enorme identificação com o Fluminense, pelo qual já jogou em 2015, ao lado de Ronaldinho Gaúcho e Fred. Em termos de entrega e comprometimento tático, o atual atleta do Ceará, que reúne também boa qualidade técnica, é o avesso de Nathan.

Vindo também do clube cearense, Lima, que se destacou na última temporada, já vem treinando com o elenco, visando à estreia do Estadual, sábado. O meia, grande aposta de Diniz, terá a concorrência de Giovanni, recém-chegado do Ajax (HOL), visto por lá como uma promessa que, se bem trabalhada, promete levantar a torcida.

Crédito: Cesar Greco/Palmeiras

Calcanhar de aquiles do Fluminense nas últimas temporadas, a lateral esquerda também ganhou um reforço, o multicampeão Jorge, mas sem muitas oportunidades no Palmeiras. A expectativa é que nas mãos de Diniz o jogador se torne o melhor lateral do País — futebol para isso ele tem.

Já na direita, Samuel Xavier terá agora a sombra de Guga, que viveu grande momento com Jorge Sampaoli no Atlético-MG. A briga promete ser boa, e quem ganha com isso é o próprio Fluminense. O zagueiro Vitor Mendes, ex-Galo, também chegou para fechar a zaga.

O Fluminense vem forte, muito forte. Desde a conquista do tetracampeonato brasileiro, em 2012, não me lembro de o ano tricolor começar com a expectativa tão alta quanto agora. Os jogadores encerarram a temporada em clima de celebração, felizes, recusando até ouvir propostas, para serem campeões pelo clube.

A família está formada. A festa vai começar. Prepare esse coração aí. Promessa de voos altos em 2023.

***

Justa e merecida a homenagem do Flu a Roberto Dinamite, mas um ídolo do futebol brasileiro que se vai. Estive com Bob algumas vezes. Qualquer dia conto essa história.

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Avante, Fluzão!

21 thoughts on “Tricolor de bola cheia

  1. Eliminados da copinha, os meninos de Xerém foram escorraçados por um bando de cavalos (ou talvez jumentos), sob a complacência de um juizeco de várzea, que ignorou solenemente as trocentas agressões criminosas cometidas pelos meliantes bem debaixo de seu nariz.
    Isso tudo em coerência com o pasto onde a federação paulista programou os nossos jogos, a despeito dos protestos feitos pelo Flu. Uma vergonha.
    Mais um absurdo nesta terra dos absurdos.

  2. STT.

    O Fluminense sub-20 perdeu para a FPF, campo esburacado e jogadores sem sangue. É um acinte chamar esses jogadores de guerreirinhos.

    Saudações Tricolores.

    1. Tanta bordada fez a garotada abdicar da ambição de atacar.
      Não bastasse o risco de jogar em pasto tão degradado, apanharam até não mais poder .
      Resultado : viraram armandinhos.

  3. Olá, Olá, Olá…espero q estejam todos bem. Fiquei quase 2 meses sem comentar no espaço, mas ao voltar, me deparo com o mesmo de sempre…muito oba oba, uma carga inacreditável de fogos, confetes e serpentinas …a dupla dinâmica falando um monte de bobagens, acreditando num time que não ganha praticamente NADA.
    Enfim…vejo com bons olhos algumas contratações, mas não consigo acreditar na manutenção de algumas peças q não acrescentam praticamente nada… são vários.
    Prevejo mais um ano sem nenhum título de expressão, mas muita euforia e alguns amiguinhos em polvorosa. Torço apenas pro mengão não ganhar o Mundial, o q seria terrível pra próxima geração de tricolores (se é que irá existir).
    No mais, é só desejar um 2023 à todos…sem óculos rosados de preferência.

    1. Caramba, cacete!

      Há algum tempo, assisti uma conferência religiosa, motivadora, em que o homem falou algo que me vem à mente em agora ao ler esta sua reentrada auspiciosa no blog já bem enfadado.

      Lembro ainda que ele falou deste tipo de gente que nunca vê um filete de luz à frente, por mais que lhe estimulem, ela só vê tragédias, quer até se desfazer da vida e querendo levar outros com ela. Mas findou a conferência com algum humor ao fim.

      Uma mulher idosa, sozinha na vida, morando num região rural onde precisava fazer tudo para manter a sua vida horrível como achava. Num dia, ela foi cortar lenha seca para acender o seu fogão de barro que tinha ao lado do casebre. Andou por bom tempo catando um pedaço aqui, outro ali, cortava outro do galho, resmungava que era difícil mas fez um bom feixe, depois de praguejar contra sua situação e com tudo que se lembrava na hora. Aí, foi botar o feixe na cabeça e nada de conseguir. Sentou no chão, xingou a sua malfadada vida e gritou: “Quero morrer, quero morrer! Morte, morte, vem me buscar logo pois não aguento mais!” Deitou-se nas folhas, ficou um tempo. Ao se virar e olhar para cima, viu aquela figura magra, os ossos da face quase à mostra, que lhe disse: “Você me chamou? Eu sou a morte, o que quer mesmo?” Ela deu um pulo e meio gaguejante: ” A senhora me ajuda a botar o feixe nas costas?
      Você precisa que alguém bote o feixe nas suas costas? Grite, po**a!
      (13/01/23)
      ppppppppppppppppppppp.qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq.pppppppppppppppppppp

      1. PCA, também assisti tal conferência, o título era “Nanda a sem fé/“

        No final da conferência foi dito o pq ocorre.
        “… Ela ocorre quando uma expectativa ou desejo não é satisfeito. Sentir alguma frustração leva a um
        desânimo e incômodo. Eles costumam criar obstáculos para que a pessoa realize o que gostaria. Essa decepção pode causar uma desestruturação emocional em vários níveis que acarreta consequências mais sérias.”

        Fluminense é para os fortes!

  4. E a sacanagem da Federação Paulista com o Fluminense continua, amanhã as 11:00 h enfrentaremos o Goiás no mesmo pasto de futebol impraticável.
    Tudo para que um paulista ganhe a Copinha.
    Diretoria Tricolor dando mole, fazer o quê?

  5. Sobre a Copinha:
    1. O fluminense ficou em primeiro lugar de seu grupo e a FPF mandou os moleques para o pior campo do torneio, beneficiando o Atlético de Guaratinguetá.
    2. O jogo foi complicado, impossível de se praticar um bom futebol em cum campo horrível daqueles, no fim. nos classificamos nos pênaltis.
    3. Dois moleques ariscos, rápidos e dribladores: Isaac e João Lourenço.
    4. Luan Brito guardando os seus gols, quando é escalado.
    5. Vi os 4 jogos do Fluminense e “espero estar errado”, mas o tal do Arthur que os narradores o chamam de “príncipe” não jogou nada em nenhum deles, tomara que não seja mais um Toró da vida.

    1. Estamos sendo prejudicados ostensivamente pela direção do torneio, tanto é que o próximo confronto do Fluminense será no mesmo campo. Acredito que o Fluminense com seus jogadores já adaptados as péssimas condições do gramado, passará facilmente pelo Goiás. Eles tem medo do time, por isso a escolha do campo sendo o pior da competição. Sobre o Artur: ele é diferenciado mesmo, como o torneio está em seu início ele não vem jogando tudo o que sabe, quando começar os melhores jogos ele vai se destacar, caro FLU/TO.

      Abraços.

      1. Concordo, Juarez! Quem já bateu uma bolinha, sabe que é impossível o jogador hábil jogar futebol de qualidade no pasto.
        Abraço!

  6. Seria uma pena se não nos tivéssemos classificados na Copinha.
    Teríamos perdido para o gramado, não para o time deles.
    Um gramado que só serve pra pasto.
    Esse time do Fluzão é muito bom, tem tudo para avançar e ser campeão.
    Sem prejuízo, acho que o técnico errou na armação do time no segundo tempo.
    Jogamos pelo centro da entrada da área, sempre congestionada, quando deveríamos ter aberto pelas pontas a construção das jogadas com cruzamento para quem viesse de trás chutar.
    É um vício que o time do Diniz também cometeu em vários jogos.
    Mas agora é hora de comemorar essa sofrida classificação

  7. Tenho vista a Copinha, vejo muito moleque bom de bola em vários clubes, mas a competição, que já virou uma feira internacional de mostra de futuros craques há tempos, agora, está dando a impressão que a classe dos agentes de jogadores já dominem muito na questão de fornecedores dos “artistas”, e isto tem feito até times totalmente desconhecidos se impondo contra outros até muito famosos.

    Não deve ser difícil para esses agentes, que devem manter seus olheiros por aí afora, bancar esses times bons de garotos, conseguirem formar plantéis, botar nessa competição e, se uns três pegarem, já dá lucro para eles, paras os clubes desconhecidos e para os moleques. Mas só estou fazendo uma pequena teoria inocente da desconfiança.

    Com relação ao torneio em si, chovendo pra cacete por lá, vejo como está havendo estupidez em certos jogos em que o campo aparece cheio de água, a rapaziada com as chuteiras imersas, e qualquer pessoa tem que saber que não dá para jogar futebol nessas condições. Mas eles querem que a rapaziada jogue, tem que seguir as etapas por ter data certa de findar. A arbitragem rigorosa, uns fdps que não percebem que o jogador se desequilibrou na lama, trombou no outro, mas vai lá e dá cartão até vermelho. E se houver uma contusão feia por isso, que será responsabilizado?

    Mas , até agora, não vi o Fluzinho jogar na lama, não. Ganhou as três, não vi zagueiros de área com pinta disso no time, boa estatura, “altos e fortes”. Do meio pra frente, alguns parecem levar jeito. O tal Artur é que já vi jogar algumas vezes e não o vi com pinta de poder entrar no titular ainda. O time vai jogar hoje, tomara que não haja lama.
    Saudações tricolores – verdes e amarelas enquanto der.
    (12/01/23) +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    1. PCA, falando em campo de futebol, acabei de assisti o jogo do Fluminense 0 x 0Atlético Guaratinguetá . Vencemos nos penais 4 a 2. Detalhe: o estado do campo é lamentável.
      Agora, estou assistindo Palmeiras x Sampaio Corrêa, no momento o placar é 0a0 .
      Chama atenção a beleza do campo. Gramado excelente. E aí cadê a isonomia?
      Forte abraço !

      1. Eu vi também este jogo do Flu, ONI.

        O campo estava ruim, sim, mas estava sem água nele, embora houvesse
        algumas poças ainda com restinho de lama.
        Achei a turma parecendo meio desinteressada no jogo, já que havia alguns metros quadrados em boa condição para ir sempre por eles, era fazer esse macete. Nenhum jogador saiu com o uniforme sujo de, lama, né? E não vi o técnico chegar ali na lateral para dizer nada também.
        Mas vejamos se eles se empenham mais no próximo.
        Um abraço!
        (12/01/23)
        ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  8. Vina sempre foi um jogador complicado no plano pessoal. Tudo com ele sofre turbulência. A negociação para sua eventual vinda é mais ima situação dessa, pois está mais enrolada do que novelo de lã.
    Que isso termine logo.

  9. João, acrescento a isso tudo uma questão para lá de importante: manutenção na evolução ano a ano. Podemos não ganhar nada? Podemos. Mas a chance de êxito na temporada de 2023 é muito grande. O mais importante é, como dizia Nelson Rodrigues, calçar as sandálias da humildade. Fluminense, que os bons ventos te levem à tão sonhada Libertadores.

  10. Diante da montagem do elenco do Fluminense e mais a manutenção de alguns nomes, o ano para o tricolor está sendo de boas perspectivas visando a conquista de algum título de expressão.

    Partindo da premissa que o Fluminense precisa investir no futebol, não dá para se montar um time mea boca igual aos que foram montados na década de 90 que apavoraram sua torcida.

    Agora resta saber como o time vai se comportar em campo numa temporada que promete não ser das mais fáceis.

  11. Estou muito satisfeito com o plantel do Fluminense para este ano.
    Tem tudo.para dar certo e conquistarmos títulos.
    Os jogadores já absorveram o esquema do Diniz, não começaremos do zero. Os jogadores se cuidaram nas férias, estão todos animados e entrosados.
    Fazia tempo que eu não me sentia tão esperançoso de que 2023 será O nosso ano de vitórias.
    Que venha o Resende como aperitivo!

    1. Fazia tempo que eu não via na programação do Fluminense treinos em tempo integral, o Diniz treina o time até a exaustão.
      Também estou satisfeito com a manutenção da espinha dorsal e com esperança de que o Keno volte a seus melhores dias, além de que as notícias são de que o Marrony está arrebentando nos treinamentos, estou esperançoso também.

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