E o futebol, ó!

Chego em casa atrasado, com a bola rolando. Milha filha já dormia, minha esposa, quase. Dou-lhe um beijo de boa noite e ligo a TV. O Flu já perdia por 1 a 0 para o São Paulo. Decido telefonar para o velho para saber suas impressões.

– E aí, pai? O que está achando?

– Estou vendo a reprise da Escolinha do Professor Raimundo, no canal Viva.

Percebi logo que a coisa estava feia…

– Que isso, pai!!! Abriu mão do jogo?

– Está difícil de assistir…

Depois dessa ducha de água fria, sentei para ver a partida como mero espectador. E logo entendi o desânimo do velho.

O Fluminense jogava com as linhas muito espaçadas, sem controle da partida, aceitando passivamente o toque de bola do time misto do São Paulo. Estava diante de mais uma atuação daquelas com que o torcedor tricolor, infelizmente, se habituou nos últimos tempos. Jogadores aparentemente descompromissados, correndo para não chegar, cometendo erros individuais em série.

Com elenco enxuto, cujos reforços se concentram em jogadores como Dudu e Maranhão, o Fluminense se distancia, a cada rodada, do pelotão de frente, deixando a perigosa sensação de que o técnico Levir Culpi já não conseguirá tirar mais dos jogadores, embora também peque por insistir demasiadamente com nomes como Cavalieri, Giovanni e até Cícero, que de cérebro passou a olhos do time, de tanto que cochila nos jogos.

CiceroAo menos, desta vez, acertou o pênalti (há duas semanas, Cássio havia defendido, e ele, feito só no rebote) e recolocou o Flu no jogo.

Apesar da atuação ruim, a derrota poderia ter sido evitada se o árbitro Anderson Daronco (RS) tivesse marcado pênalti no empurrão grotesco de Maicon em Osvaldo no segundo tempo. Além disso, deveria ter expulsado o já amarelado João Schmidt pela mão na bola no lance do primeiro gol.

Levir fala em três reforços. Tem pressa, claro. O tempo urge. “Precisamos de um elenco maior. Não vamos esquecer que é um dos campeonatos mais difíceis da história do Fluminense, porque não vamos jogar em casa.”

O técnico disse ter estado na residência do presidente Peter Siemsen para tratar de nomes do seu interesse. Sabe que as condições financeiras não são as melhores, mas é sincero quando afirma que, com o que conta hoje, não há como ter esperança.

A bola está com a diretoria. Porque com os jogadores, em campo, já não a vemos há algum tempo.

***

LogoA título de esclarecimento, reforço que, a exemplo do que já ocorria quando o Blog Terno e Gravatinha estava hospedado nos portais G1 e NETFLU, nem sempre é este colunista quem faz a moderação dos comentários.

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Na impossibilidade do “Moderador A” liberar as mensagens, solicitamos ao “Moderador B” que o faça, ocasião, contudo, que é pouco frequente.

O Blog Terno e Gravatinha informa ainda que, em pouco mais de um mês neste novo endereço, já recebeu mais de 40 mil visitas, consolidando-se como um espaço bem-sucedido e de ampla aceitação entre os seus leitores, a quem agradeço e sou enormemente grato.

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280 thoughts on “E o futebol, ó!

  1. Caros,

    Acho o fim da picada o Levir cobrar a presença da torcida. A coisa é simples Sr. Burro-com-Sorte, se o espetáculo é de qualidade e/ou tem bons artistas o público comparece, senão, abandona. Em 2009, a situação estava muito mais complicada mas tinhamos time e técnico para poder reverter. Agora prove que pelo menos temos técnico, pois isso também está faltando.

    SDs Tricolores pela Democracia

  2. Ontem no jogo País de Gales x Bélgica, um jogador lembrou o que era feito por aqui, principalmente, nos anos de ouro, pois recebeu um bola não muito limpa, estava cercado por dois ou três, tinha a um colega chegando mais atrás, mas, num apertado espaço, deu um corte curto, limpou o lance e fez o segundo gol de Gales.
    Normalmente, a grande maioria dos jogadores brasileiros atuais logo devolveria aquela bola para o colega que vinha chegando, e que daria uma pancada que poderia pegar na defesa.
    É essa atitude individual que todo jogador tem que se instruído a ter, pois jogos não são decididos só em jogadas primorosas, e matematicamente estudadas, como alguns acham que são. A categoria do jogador é o fator principal nisso.
    Observando-se bem, faz quanto tempo que não se vê um jogador entrar no meio de alguns marcadores e fazer um gol de placa?
    A nossa rapaziada tem que aprender a escravizar a bola, fazê-la de cãozinho amestrado, porque há gente que parece não ter sangue frio para defendê-la quando o inimigo ataca, e se livra dela do jeito que der. . .
    ddddddddddddddddd,

  3. Tricolores,
    Sabiam que o empresário do atacante Henrique Dourado é o mesmo do William Matheus. Só não sei o nome. Culpado disso ai é o Sr.Macedo, que infeliz esse.

    Ou seja, mais uma vez a turma de empresarios agindo no nosso Flu. Esse cara vai assinar por Quatro anos!!

    Assim nossos atacantes jovens, como Richa, Pedro e até o Samuel, continuarao sem ter chances, é lamentável a gestão de futebol do Peter. Precisamos botar pressão !

    1. Richarlisson teve chances sim e não correspondeu. Já até estão questionando a sua contratação milionária lá pelas bandas das Laranjeiras. Samuel nem deveria estar mais no Flu. Foi devolvido pela Ferroviária e deveriam tê-lo emprestado ou negociado em definitivo com outros clubes. O duro é quem vai querer, né? Já o Pedro é promissor porém muito jovem também, não suportaria um peso desses nas costas e seria logo queimado. Tem que ir entrando aos poucos. O ataque tem que ter mesmo alguém cascudo já que o Magnata teve alguns lampejos e depois puxou o freio de mão. Agora achei também um contrato por 4 anos com o Henrique Dourado muito longo. Deveria ter sido até o final de 2017. Se o cara realmente emplacar, aí se renovaria por mais 2 anos. Nesse quesito, foi bola fora mesmo!

      ST

  4. Caros,

    Mais uma derrota hoje pode criar uma crise complicada de administrar, até porque no futebol o que falta é administração. Com tudo isso acontecendo não se vê o atual “vice” invisível vir a público dar qualquer esclarecimento. Não sou adepto do “quanto pior melhor”, que politicamente é um erro e sempre um tiro no pé, é possível, e mesmo provável que as organizadas que tumultuaram o clube tivessem sido “motivadas” politicamente, mas é fato também previsível que um futebol abandonado, que também foi diminuído e é mesmo muito, muito ruim, venha a sofrer assédio de torcidas organizadas, Isso acontece em qualquer time grande.

    Vamos torcer para o time estabilizar (sabendo que como está não vai disputar nada mesmo) e não despencar de vez, porque aí é ruim de segurar não temos mais a qualidade nem a disposição de 2009. Milagres como aquele só acontecem uma vez.

    SDs Tricolores pela Democracia

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