Queda e polêmica

Olimpia e Fluminense pisaram o gramado do Defensores del Chaco trincando os dentes.

Depois de serem derrotados por contundentes 3 a 1 no Engenhão, os paraguaios armaram clima de arapuca para os tricolores, inflamando seus torcedores, que chegaram a jurar André nas redes, depois da confusão em que se envolveu no fim do duelo no Rio.

Cão de guarda tricolor, Felipe Melo disse que a resposta às ameaças viria na bola e que o time jogaria “à la Fluminense”.

Mas o clima de tensão estava estampado no rosto de todos, menos do compenetrado e experiente árbitro chileno Roberto Tobar, acostumado a jogos assim, como a final da última Copa América, entre Brasil e Argentina, embora sem público, no Maracanã.

O Mário Filho, por sinal, reaberto no último fim de semana com grama nova (10% sintética), receberá jogos da Libertadores a partir da quarta etapa da competição, popularmente conhecida como fase de grupos.

Quarta fase, frise-se, porque as anteriores a ela não são “pré” de coisa alguma, mas sim a Libertadores propriamente dita.

“Pré-Libertadores”, assim, não passa de uma invencionice da imprensa nacional, desde que a Conmebol instituiu uma fase eliminatória, em 2005.

A Copa do Brasil, cujos classificados à Libertadores só entram mais à frente, não tem suas fases iniciais, disputadas inclusive em jogo único, chamadas de “pré-Copa do Brasil” pela mesma turma de “criativos”, o que só comprova o arranjo infeliz, que acabou erronemanete popularizado no Brasil.

Populares também eram os pedidos das arquibancadas por Martinelli e Jhon Arias no time.

Abel esperou o maior desafio da temporada para atender, sacando Yago Felipe e Willian Bigode.

O sonho pela glória eterna costuma ser idealizado pelos famintos. Quem estaria com mais fome?

O Fluminense balançou a rede logo aos seis minutos, com David Braz, mas, sem VAR, o lance foi anulado pela arbitragem, que viu braço do indignado zagueiro tricolor.

Dois grandes lances sacudiram o estádio aos 18, com Fábio pegando petardo de Recalde na entrada da área, e Luiz Henrique sendo caçado sem bola por Ortiz quando respondia no contra-ataque. O amarelo ficou baratíssimo para o volante.

O relógio era amigo do Flu, em vantagem no confronto. O 0 a 0 classificava o Tricolor e mantinha o bom retrospecto do clube no Defensores del Chaco. Em dez jogos, venceu quatro vezes, empatando outras três.

O jogo aéreo do Olimpia favorecia o Flu, que tirava todas com Nino, David Braz e Felipe Melo, o trio de ferro tricolor.

Surpreendido aos 37, depois que Alejandro Silva foi lançado nas costas de Cris Silva e centrou de cabeça, tirando Fábio. Livre, Recaldo, desta vez, colocou para dentro.

Dois chutes de Cano, aos 41 e 45, ambas defendidos por Gastán, foram a resposta do Flu, antes do intervalo.

Muito pouco para um time que praticamente optou por se defender, uma escolha de altíssimo risco.

O Flu começou o segundo tempo ainda mais retraído, um jogo perigoso, de fazer o torcedor roer até as cutículas.

Abel não quis pagar pra ver e deu uma bronca daqueles em Luiz Henrique, pedindo mais movimentação ao meia-atacante.

Deveria ter dado outra em Felipe Melo, que numa saída errada pelo meio quase entregou o ouro ao ladrão.

A torcida paraguaia cantava, o Flu não saía de trás, tampouco jogava “à la Fluminense”.

Willian, então, entrou no lugar de LH, em noite apagada depois da enorme repercussão em torno de sua negociação para o Betis (ESP).

Arias caiu e, com câimbras, foi substituído por Gabriel Teixeira.

Que desperdiçou a bola do jogo aos 65, ao receber livre de Bigode e chutar em cima do goleiro. Um pecado!

Experientes, David Braz e Felipe Melo valorizavam cada ida ao chão.

Aos 79, Nino teve falta não marcada contra ele e, no contra-ataque, deu um empurrão na entrada da área para evitar o gol.

Rua para o capitão tricolor, e mais sofrimento nos minutos finais.

Sobretudo depois que Abel tirou Cano e Calegari para a entrada de Luccas Claro e Pineida, entrincheirando ainda mais o time.

Durante a troca, com a confusão do quarto árbitro, o Flu ganhou minutos preciosos.

Em vão, porque aos 43 Paiva deixou tudo igual no placar agregado (3 a 3), no rebote de boa defesa de Fábio.

Olimpia 2 a 0.

Valesse ainda o regulamento do ano passado, o Fluminense estaria fora, pelo gol sofrido em casa, critério que, por sinal, o eliminou ano passado depois de dois empates (2 a 2 e 1 a 1) com o Barcelona (EQU).

Contra quem, inclusive, poderá topar mais à frente, mas na Sul-Americana.

Derrotado nos pênaltis, o Fluminense, que simplesmente não jogou, em nenhum momento mereceu ficar com a vaga, em Assunção.

Em que pese a legítima reclamação de David Braz, que mudaria a história do confronto.

A Sula, cujo sorteio está marcado para o dia 25, passa a ser a esperança de título internacional na temporada.

***

Fotos: Lucas Merçon/FFC

232 thoughts on “Queda e polêmica

  1. Pergunta que não quer calar: se formos eliminados no Carioqueta, ou não ganharmos o título, o Abel também será eliminado?
    Ou teremos de aguardar novas eliminações e/ou rebaixamento?
    “É complicado” diria uma certa pessoa.

  2. Caros,

    Estão dizendo que seria este o time amanhã:

    Marcos Felipe, Nino, David Braz e Manoel (Nonato ou Wellington); Calegari, André, Martinelli e Mario Pineida; Willian Bigode, Jhon Arias e Germán Cano.

    Eu tiraria o terceiro zagueiro e colocaria o Ganso, com André e Martinelli, mas se for dois zagueiros ele vai colocar o Welligton…

    E sobre o PA: ele é amigo do peito e foi colaborador de Peter, o Apequenador Notável, mas não é da Flusócio não, eu é que devo ser.

    SDs T

    1. Creio que esta, seria a melhor escalação inicial para o resto da temporada, não acho necessária a entrada de Fred, Fábio, Felipe Melo ou qualquer outro senhor do elenco (assistiu ontem os coroas do Real Madrid contra os meninos do Barcelona? Xavi acreditando e insistindo nos jovens}.
      Luiz Henrique já foi negociado e me parece melhor ir entrosando outro no lugar dele.
      Ele fica de molho esperando a ida para o Real Betis, não vale a pena treina-lo para o comprador.
      Só fica faltando dar um bico no “velho” Abel. Ele merece um descanso.

  3. Flamengo na final.
    Torcerei pelo Botafogo levar a sapecada que no ano passado levamos.
    Assim, a bunda do time ( ou o time de bunda?) não ficará vermelha de tanto apanhar.

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