Há dez anos na estrada

Quando escrevi a primeira coluna do Terno & Gravatinha, já a altas horas daquele 15 de maio de 2007, do computador da casa de meus pais, não imaginava, com toda a honestidade do mundo, que este blog causaria tamanho impacto, teria fôlego e resistiria por tanto tempo.

Dez anos, meus amigos! Dez anos! Estou felicíssimo por ter chegado a esta data. Hoje, temos uma marca consolidada e uma casa independente.

Na época, não tinha ainda fiapos rebeldes de cabelos brancos, tinha outra dinâmica de vida, e o Flu ainda vivia uma seca incômoda de títulos expressivos; não os conquistava havia 23 anos.

Coincidência ou não, bastou o Terno & Gravatinha estrear para que o Tricolor passasse a angariá-los em profusão – um deles, apenas dois meses depois de inaugurado o blog (que se revelou pé-quente), e que deu fim ao jejum de títulos nacionais, a Copa do Brasil de 2007.

Hoje, sou casado, tenho uma filha, gatos, sete livros publicados e um punhado de outras tantas responsabilidades – profissionais e pessoais.

Como a vida moderna aos 38 é bem diversa da vida aos 28 – o que faz da manutenção deste blog, com o nível de exigência que dele se espera, um desafio semelhante a correr uma ultramaratona por semana –, recebo como um título mundial a chegada deste 15 de maio de 2017.

Neste período, seguramente, mais de 1.200 crônicas foras escritas desde o pontapé inicial do Gravatinha, ainda no portal da Globo, passando pelo NETFLU, aos quais sou grato, até chegar a esta casa independente, há um ano, montada pela competente designer Priscilla Paranhos.

Tantas foram as emoções, interações, entrevistas, conquistas, fotos… O Terno e Gravatinha ganhou, ao longo do tempo, roupagem nova, mas jamais deixou de ser o cantinho acolhedor de leitores especiais, que contribuem consistentemente para fazer deste fórum um espaço quatro vezes finalista e três vezes ganhador do Oscar da Internet – o Prêmio Top Blog.

Aqui, viajamos juntos pelo mundo, via fotos dos próprios internautas, entrevistamos personalidades tricolores, fizemos postagens históricas (muitas acabaram reunidas em livros), trocamos sobre a militância animal, a qual considero vital para o futuro da humanidade, erramos, acertamos, lamuriamos, vibramos…

O Terno e Gravatinha consolidou-se, com o tempo, como uma tribuna reta, democrática e que sempre respeitou o seu leitor.

Para comemorar esta marca notável de dez anos no ar, pensando em dar a este vasto material um caráter mais duradouro, considerei que um livro seria uma maneira bacana de oferecer à matéria-prima de meu trabalho de uma década um acabamento digno, em que fossem reunidas as melhores crônicas neste período de 2007 a 2017.

A obra ainda está em construção, levará alguns meses até que seja publicada, mas o resultado final trará muito prazer a este cronista, que o fará pensando principalmente na satisfação de seu leitor, além da sensação de um encerramento de ciclo.

Mas, acalme-se: o Terno e Gravatinha não fechará para balanço, ele irá se manter no ar, embora nesta versão mais enxuta, que você acompanha há alguns meses, em face dos acúmulos profissionais deste escriba, escravo do capricho, do compromisso, mas sempre encarando tudo com o máximo de respeito a quem o lê.

Meu agradecimento especial à Christiane Garcez, minha esposa, entusiasta deste Terno & Gravatinha desde a sua concepção, à Melissa Garcez, fonte de inspiração nos últimos quatro anos, Tony e Claudia Garcez, meus pais, também fiéis escudeiros e incentivadores de tantos trabalhos, além de Christina, minha avó (92), pelo simples fato de ela existir.

Além destes e de todos os leitores desta coluna, agradeço ainda a Daiana, Prince, Pascoal, Fellini, Yago, Beco, Dunga, Kevin, Babi, Rodrigo, Anabela, Juca, Chico, Plumpy e Simba, gatos e cães (os dois últimos) com quem tive/tenho o privilégio de dividir parte do meu tempo e que tantas lições já me ensinaram.

Perenes, as vivências ficam cristalizadas em nossa memória e arraigadas bem no fundinho do coração.

O Terno & Gravatinha dá trabalho, mas também muito prazer. Saber que um produto como esse deu tão certo – tanto que chega hoje a longevos dez anos – reafirma convicções de que tudo que se entrega genuinamente, com sinceridade, é recebido com a mesma atenção e generosidade.

Vida (bem) longa ao Terno & Gravatinha!

E a você, muito obrigado por tudo!

66 thoughts on “Há dez anos na estrada

  1. Até o avai contratando. Ser presidente ou da diretoria do flu é moleza, basta dizer que nao tem dinheiro que nao vai contratar e ainda sem pressão da torcida.

    1. O Avai é líder do Brasileirão ?
      O Vitória também está contratando. Também é lider do Brasileirão ?
      Calma, Jr.
      Muita calma nessa hora !
      13:09 – 25Maio.

  2. É com prazer que acompanho as suas crônicas desde a época do G1. E quase não acredito em saber que são 10 anos! Vida longa a esse espaço e aos seus!

  3. Uma das coisas que mais curto aqui no blog é o fato de saber notícias do Flu que não saem na imprensa parcial. Principalmente assuntos referentes ao jogadores da base e assuntos administrativos.
    Sempre tem um ou outro “antenado” no blog que nos brinda com comentários e informações sobre outros assuntos referentes ao clube e que acabam chegando ao time como um todo.
    Soube lá embaixo (comentário do Washington Luiz) que o técnico do sub 20 se foi. Uma pena pela pessoa por ter perdido o emprego, mas vida de treinador é assim mesmo.
    E agora? Quem assumirá este setor extremamente importante na vida futura de nosso clube? Ou já assumiram e estou que nem o capiroto de 9 dedos: “Eu não sei…”

    Só para não deixar passar em branco…
    PCA… vc esqueceu de tomar seu remedinho esta semana. Tome ele regularmente senão vc fica bravo e chateado com a galera daqui do blog. Abçs.

    SSTT

  4. Puxa, Thiago, que mensagem bacana, cara! Te agradeço mesmo pelo que escreveu. Procuro ser honesto aos meus sentimentos, tenho também muito respeito pela pluralidade de ideias. Vejo tudo como absolutamente natural. Felicidades pra você e seu filhote, viu? Curta-o de montão. Abraço grande e, mais uma vez, muito obrigado!

  5. Aposto como ele sabe e reconhece. E vai amar voltar a experienciar a sensação de uma brisa no rosto quando os passeios forem retomados. Sou eu quem agradece, Nando!

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