Bike, cabelo e bigode

Tradicional salão de festas do Fluminense, o Maracanã se rendeu à bicicleta de Pablo Dyego na estreia vitoriosa do time na Copa Sul-Americana. Ao limpar a defesa com um balão de pé direito e ajeitar o corpo para finalizar em grande estilo o lance magistral, o travessão do goleiro argentino Romero, caprichoso, impediu que o jovem atacante tricolor concretizasse em forma de gol a sua mais bela pintura, que, como a recente obra de arte de Cristiano Ronaldo na Itália, haveria também de rodar o mundo.

O placar até seria o mesmo ao daquela goleada do Real. Já a competição não tem o mesmo prestígio da Champions League, embora também seja internacional. Mas o palco, este sim, por sua grandeza, mística e história, sequer pode ser comparado ao Juventus Stadium.

Apesar de confirmar a ascensão de mais um talento do clube, a jogada, como os 3 a 0, mascarou a dificuldade do Flu para superar a catimba, o antijogo e até uma certa violência do Nacional Potosí, que teve o lateral Alaca expulso.

O time de Abel, travado, também não conseguiu repetir a boa atuação dos últimos jogos. O esquema com três zagueiros e dois volantes talvez sequer fosse necessário contra os bolivianos, que tinham a clara proposta de apenas se defender para levar a decisão à altitude de quatro mil metros de Potosí.

Foi preciso que Chaves fizesse jus ao seu nome para que abrisse os caminhos tricolores. Foi do zagueiro os passes de cabeça para os gols de Pablo Dyego e Gum (foto). Foi ele também quem sofreu o pênalti cobrado por Pedro, que decretou a boa vantagem do Flu, construída apenas no terço final do segundo tempo, devido, sobretudo, à animada entrada do menino da bicicleta estilosa e a Renato Chaves, que foi mesmo decisivo.

Em que pese a ampla frente aberta, o confronto segue aberto. No alto do morro, além de balões de oxigênio, o Fluminense precisará jogar com inteligência para seguir na Copa. Um gol o ajudaria muito, já que obrigaria o adversário a marcar cinco para se classificar.

Não custa lembrar, o Vasco perdeu de 4 a 0 em Sucre (BOL), depois de ter vencido o Jorge Wilstermann pelo mesmo placar em São Januário, na fase preliminar da Libertadores.

Vai faltar ar, mas tomara também que sobre prudência.

***

O gol de Carli no último lance do clássico e a decisão por pênaltis conferiram ao menos um desfecho emocionante ao malsucedido e cada vez mais esvaziado Estadual do Rio. Apesar de alguns jogos movimentados na reta final, a toada ao longo dos quase três meses foi sempre a mesma – estádios às moscas, partidas insossas e um regulamento confuso que tirou a importância dos jogos eliminatórios dos turnos.

A conquista do Botafogo surpreende. O time foi o único que mudou de técnico durante a competição. Vale lembrar que há apenas duas semanas, depois da goleada sofrida para o Flu na decisão da Taça Rio, era considerado o menos cotado para ser o campeão. Pois foi justamente quem abocanhou – e perdendo CINCO dos nove clássicos que disputou, o pior aproveitamento entre os grandes, apenas 37,03%, o que reforça a fragilidade do regulamento.

Mas a equipe de Valentim não tem nada com isso, foi lá e tirou o troféu dos braços do Vasco, agarrado em definitivo por Gatito. Como no Fla-Flu decisivo do ano passado, o Maracanã lotou no jogo final, o que não quer dizer que o torcedor carioca tenha aprovado o campeonato.

Apenas que quer gritar “é campeão”.

Até mesmo deste insosso Estadual da Ferj.

***

Não há por que desmerecer a seleção escolhida por jornalistas na premiação do campeonato. O Fluminense, com Júlio César, Gum, Ayrton Lucas, Marco Júnior e Pedro, foi o clube com o maior número de atletas no evento, o que não deixa de ser um estímulo aos laureados, principalmente ao lateral tricolor, surpreendente, e ao menino Pedro, que arrebatou também a artilharia da competição (sete), três deles em clássicos contra Flamengo, Vasco e Botafogo.

Teve pra todo mundo.

***

Depois de estrear na Copa Sul-Americana, o Fluminense inicia outra caminhada domingo, no Brasileirão, contra o atual campeão, às 16h, na Arena Corinthians.

A meninada tricolor pode se valer do caráter festivo que o confronto terá para o time de Fábio Carille, que aproveitará o fator casa para comemorar com os corintianos a conquista do bicampeonato paulista, já que a final, no Allianz Parque, foi disputada com torcida única, o que inviabilizou a volta olímpica do ganhador ao lado de seus torcedores.

Pode dar samba.

________________________________________________________________________________________

E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br

Curta a nossa fanpage: https://www.facebook.com/BlogTernoeGravatinha/

241 thoughts on “Bike, cabelo e bigode

  1. Pois é.

    Boa notícia essa de que o Kleber não passou nos exames, o que deve melar essa contratação bem sem propósito, poque todo mundo sabe do que ele ele faz e do que não faz.
    Se o Pablo está demonstrando que pode se útil, e se esse outro que veio der esperança, não há por que trazer um jogador que nunca se firmou em lugar nenhum.

    Joguinho feio do Grêmio contra Cruzeiro, muita correria, o que nunca foi o forte do futebol brasileiro, e é difícil ver alguém com categoria para tirar adversário da jogada com um balanço de corpo, com o olhar, o que era feito pela maioria dos que jogavam bola.

    Um zagueirão do Grêmio fez uma falta em que era o último homem, foi expulso mas ficou doido, peitou todo mundo, e , numa hora dessas, não há ninguém do clube que tenha poder para entrar em campo e mandar o cara sair, nem dirigente nem o técnico. .

    Mas essa safadeza de todos eles em forjar falta continua, qualquer pressão do adversário e os caras se jogam, mão na cara, no pé, rolando como se tivesse quebrado alguma coisa séria, e os pulhas dos 6 árbitros que estão no jogo, nenhum tem competência para dar uma decisão cabal.

    No jogo do Fla, então, o jogador levou uma bolada na cara, o carinha deu pênalti e o expulsou, e o outro que fica ali atrás do gol não viu nada também, disse ao Everton que não viu, e ficou por isso mesmo. Mas ele ganha para ficar ali, e tem responsabilidade de notar esses detalhes todos, e sai de letra como se não tivesse culpa?

    As arbitragens estão uma tragédia, farão muita besteira neste campeonato, como têm feito em todos eles.
    (15?04 – 08; 30)
    HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

    .

    klebro ´~ao dem entrar

  2. Minha opinião sobre como será o jogo de amanhã, contra o Corinthians :

    C-O-M-P-L-I-C-A-D-O !!!!!!!!!! (By Abel).
    Hahahahahahaha !!!!!

    Ataque preventivo (just in case) :

    Veja se consegue calar esta boca, DJeto !!!!!
    Down, Fluto ! Sit down !!!!!
    Calem suas bocas, jararacas !!!!!
    Haha !!!
    18:08>14Abr

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *