Tudo aberto

Mesmo envoltos em jogos decisivos na Libertadores, Fluminense e Flamengo usaram força máxima na primeira partida da final do Campeonato Estadual.

Com o empate em 1 a 1, o Fla-Flu 432 elevou para três a invencibilidade tricolor sobre o adversário no intitulado Clássico das Multidões – em tempos de pandemia, assistido apenas por convidados mal-educados.

Incivilizados mostram-se também aqueles que deveriam dar o exemplo – os dirigentes.

Depois de passarem os 90 minutos acirrando os ânimos de lado a lado, sobrou até para Fred, que teve a carreira diminuída por um profissional rubro-negro de quem nunca havia ouvido falar, mas que, pela cafajestagem que fez depois em sua rede social, é melhor mesmo que continue no anonimato.

Irresponsavelmente, prepararam o terreno para que o Fla-Flu da próxima semana seja disputado sob fogo, com ânimos acirrados, de maneira arriscada.

Temeridade que oremos para não acontecer, e para a qual deve estar preparado o árbitro, que tem de ser rígido e cuja valência aumentou.

Porque Fla-Flu tem luz própria.

São eles os protagonistas.

Desde 40 minutos antes do nada.

E quando o nada começou, o Fluminense já era campeão.

Quando o apocalipse chegar, o Fluminense também terá sido o campeão.

No Fla-Flu 433, mais um será proclamado.

Se for o Flu, será autêntico, merecido, porque invicto nos clássicos.

Se for o Fla, que só ganhou do frágil Botafogo, a ratificação de uma fase com o vento a favor, porque já não encanta faz tempo.

Mas, acima de tudo, que seja Fla-Flu!

[Foto: Mailson Santana/FFC]

***

Há 14 anos, ia ao ar a primeira coluna do T&G, à época, ainda pelo portal Globoesporte.com.

Desde então, este blog publicou quase 2 mil crônicas, conquistou três vezes o título de melhor do país na categoria Esportes e angariou o carinho de centenas de milhares de leitores de várias partes do mundo, muitos dos quais presentes em vários lançamentos dos oito livros publicados por este autor.

Para homenageá-los, e comemorar o aniversário de 14 anos do Terno e Gravatinha, republico a primeira coluna da história deste espaço, em 14 de maio de 2007.

A você, muito obrigado por tudo!

***

[A certeza íntima do triunfo]

Quando o papa Bento XVI, enviado por João Paulo II, pisou em solo nacional, a torcida tricolor teve a certeza de uma semana triunfante. A reação contra o Cruzeiro, na estreia do Brasileirão, foi apenas a cereja do bolo de uma jornada iniciada na Arena da Baixada (PR), onde o Fluminense, com garra de sobra, se classificou pela quarta vez em sua história para a semifinal da Copa do Brasil, a terceira consecutivamente (1992, 2005-2007). Dos céus, João de Deus, o pontífice tricolor, abriu um largo sorriso, abençoando a massa pó de arroz.

Mas se engana quem pensa que a boa fase seja obra do acaso. A volta de Renato Gaúcho ao comando técnico do Fluminense está intimamente relacionada ao clima que tomou conta do clube. Figura eternizada no coração verde, branco e grená, o Rambo Tricolor – como passou a ser chamado no antológico ano do Gol de Barriga pelo narrador Januário de Oliveira, em razão da fita que usava na testa, mas, sobretudo, por sua liderança imponente – regressou às Laranjeiras ainda mais maduro, depois do trabalho convincente que realizou em São Januário.

Mas é justamente por todo esse prestígio que goza entre os tricolores que Renato deveria ouvi-los com atenção. Não são poucos os torcedores que contestam com veemência os atacantes Rafael Moura e Adriano Magrão, além de Fernando Henrique, cuja irregularidade no gol é flagrante.

A boa-nova passa pela melhora progressiva do volante Arouca, que evoluiu no desarme e tem colaborado mais no apoio. Cícero, espécie de meio-campista vaga-lume, alterna partidas em que praticamente não é notado com outras em que desequilibra – às vezes até balançando as redes. E sob o comando de Renato, Cícero tem padecido cada vez menos dos apagões e subido taticamente de produção.

O empate, alcançado no peito e na raça – o time foi buscar um placar adverso de 2 a 0, aumentando para nove jogos a invencibilidade contra a Raposa, que perdeu os últimos sete para o Flu –, injetou confiança para o duelo deste meio de semana, contra o Brasiliense, vice em 2002.

No Maracanã, vivos, mortos, Nelson Rodrigues, e até Gravatinha, estarão empurrando o Flu para mais uma final de Copa do Brasil.

133 thoughts on “Tudo aberto

  1. Há aquele (s) que pensa(m) pelo lado da antítese à chamada ‘bipolaridade’, que seria :

    Perca suas raizes, mas não mude suas folhas.
    Perca seus princípios, mas não mude suas opiniões.

    Quanta estupidez !
    E esta criatura do além está ‘na área’.

    1. Pois é, já pensou se fosse com o Fluminense? Tá perdendo a razão com sua teoria da conspiração, Nando. ST

    2. Detalhe : o Regulamento permitia a inscrição de 50 atletas no inicio da competição, Nando.
      Mas parece que os caras do River ‘esnobaram’ e inscreveram apenas 38, não usando 12 das vagas disponíveis.
      Não fosse isso certamente teriam atletas para os dois próximos jogos.
      E se isso (que foi publicado) é verdade os caras não podem nem pedir alguma exceção porque a opção por ” não terem atletas ” foi deles mesmo.

      1. Sim Amaury, mas é desumano isso. Os caras inscreveram 4 goleiros, como os outros times, se não me engano…sem contar q mesmo se inscrevesse 50, isso também poderia acontecer.
        Esse jogo teria q ser remarcado, na minha opinião.

      2. Foi ainda pior, Nando !
        Li agora que eles inscreveram apenas 32 atletas, abrindo mãos de 18 vagas.
        E que justamente por isso a Conmebol não liberou a inscrição de mais dois goleiros.

  2. Quero resumir em poucas palavras essa movimentação de bastidores para trazer a final do carioca aqui para Bsb.

    Tudo o que acontece é para alimentar o ego do governador daqui, patrocinador que é um banco estatal e o próprio Flamengo que não gosta muito de ser cumpridor de regras ou regulamentos quando sente que um rival pode levar a melhor que é o caso do Fluminense.

    Outro aspecto importante disso tudo é que o público será em sua maioria deles do que tricolor para provocarem os jogadores do Fluminense e assim tirar alguma vantagem.

    1. O regulamento da competição firma que a final será no Maracanã, mas há uma avalanche de excepciondades. Assim, a eventual recusa do Fluminense de ir à BSB deve ser apurada em suas conseqüências para que depois não se tente culpar terceiros, como se faz na perda de jogadores jovens e se aponta a Lei Pelé como culpada.

      1. Tem um tal hines Roza, que eu lembrei por causa da galera dos óculos cor de rosa, que também é chato pra kct e incomodou muito no primeiro jogo, Ajurica.

      2. E passa o mesmo filme do ocorrido no carioca de 86, quando o Fluminense não foi à Campos jogar contra o Americano por ter jogadores com dengue e no final a FERJ aplicou o WO sem dó.

        ST.

  3. O Junior não terá seus dois principais jogadores: Borja e Theo Gutierrez. Beleza! Agora só falta Roger compreender que o jogo de futebol tem 90 minutos, dividido em dois tempos de 45 minutos cada, e que além do segundo, deve-se jogar também o primeiro.

  4. Veja só, Oni, o que o amiguinho disse, agora, para você lá embaixo. .

    “Nossa! Quanto ódio no coração. Quando q eu afirmei q o Flu seria rebaixado no Carioca? Quando que eu afirmei q não se classificaria pra liberta? Eu defendi O2? Kkkkk”

    Caramba, ele falou exatamente tudo isso que você listou, e esqueceu que jurava que o time iria para a segunda no Brasileirão e ficaria por lá algum tempo. Ele escreveu isso lá atrás e pediu para ser cobrado depois. Ora, como se esquece do que disse, e quer sair de letra sempre.

    Mas verdadeiramente ele adotou uma postura de neutro nesta questão de torcer pelo Fluzão, e está vendo isso tudo do time de modo aleatório, em cima da cerca, sentado o mourão.
    Reclama de vitórias, de empates e parece gostar mais de derrotas para dizer ” eu falava isso”.
    O rapazinho está perdidão. .Tem jeito?
    (17/05/21)
    ppppppppppppppppppppppppppppp.qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq.pppppppppppppppppppppppppp

    1. Eu, li sim, PCA, o nosso Nando é um boquirroto!
      O mais hilário no texto do amiguinho fanfarrão é quando disse: “Vai ficar isolado de novo, trocando elogios apenas com seu amiguinho, o menino prodígio…que vergonha!”
      Que boboca! Até parece o nosso Tchutchuca! Pensa q só existe vida social no TG. Kkk
      Aposto que o amiguinho tá torcendo para o Fluminense não conquistar o carioca, só para ficar com o papinho besta de q o Fluminense não ganha nada e flusocio e mimimi.
      ST

      1. Oni, o relacionamento de vcs dois realmente é a coisa mais romântica e emocionante do blog. Vcs parecem Tarcísio Meira e Glória Menezes, ou melhor Romeu Montéquio e Julieta Capuleto.
        Se o Fluminense ganhar algum título vai ser por causa da mudança de postura sempre pedida pelos ‘críticos’.
        Se depender de vcs dois com essas palhaçadas de ‘derrotas honrosas’, ‘eliminações honrosas’, ‘verdadeiros tricolores’, vai ficar até 2050 sem ganhar NADA, porra/caceta…

        1. Por causa dos críticos? Kkk cadê os críticos, Nando?
          Se o FLUMINENSE ganhar, não. O FLUMINENSE vai ganhar o título, sim.
          E, é por causa dos jogadores, comissão técnica e dirigentes, Nando.
          Ah, ia esquecendo de mencionar o sofá verde! O Tchutchuca não ia perdoar!!
          Nando, quem liga para essas bobagens q vc Tchutchuca e sua turminha escrevem??
          Oh, o Muriel era muroel; o Gilberto não prestava; Nino é boneco de posto; Lucas Claro é refugo; Egídio é protegido de Fred; André tinha q ser titular, enquanto Martineli nenhuma palavra, nem o conhecia. Idem Kayky, idem Biel, idem Luiz Henrique, idem John Kenedy etc. O negócio é chorar pitanga por Evanilson, Dodi, JP, MP. Em que momento vcs ajudam o Fluminense, Nando?

  5. Marlon de volta ao Brasil.
    Li que teria jogado muito bem lá fora.
    Estamos na merda com laterais esquerdos.
    Por que não dar uma chance pra ele?
    É nosso, vamos tentar?
    Vai que dá certo…

  6. Alô, prezado amigo João. Parabéns pelo aniversário de 14 anos do Terno e Gravatinha!! Não poderia deixar de felicitá-lo por essa importante marca, pelas boas lembranças guardadas desde aqueles bons tempos, do ano da importante conquista da Copa dos Brasil pelo nosso Eterno Campeão — com direito a gol do atual treinador do time principal. Desejo muito sucesso a você, ao Terno e Gravatinha, às suas nobres iniciativas em favor dos nossos irmãozinhos menores (os animais) e a todas atividades relacionadas ao belo trabalho que você continua desenvolvendo. Tomara que com o seu “pé quente” consigamos comemorar também com novas conquistas esse aniversário. Forte e fraterno abraço, muita saúde para você e toda sua família, continuem se cuidando e fiquem bem.

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