A diferença

Fez 30 anos há exatamente uma semana.

Na noite de 25 de maio de 1991, Franklin, um ex-atacante tricolor, marcou, aos 43 do segundo tempo, o gol que eliminou o Fluminense do Campeonato Brasileiro.

Do outro lado, estava Carlos Alberto Parreira, que, com seu ótimo trabalho à frente do time do interior paulista, fez desmoronar o sonho tricolor de voltar à sua primeira decisão nacional desde 1984, quando o próprio treinador conduziu o Flu ao bicampeonato.

Eu, ainda um garoto, sonhara na véspera que o Flu venceria o Vitória de virada, em Salvador, na última rodada da fase de classificação. O time arrancou para a vaga vencendo as últimas cinco partidas.

Premonição confirmada, vi Carlos Alberto Torres beijando seu filho, Alexandre, então um dos líderes na zaga.

Passados 30 anos, Franklin mora na Alemanha, Parreira se aposentou do futebol, Torres pai não está mais entre nós, e o Flu enfrenta de novo o Bragantino, com ineditismo pela Copa do Brasil, mas sem seu xerife na zaga, Nino, convocado para a Seleção Olímpica.

O adversário, agora Red Bull, pelo mesmo motivo, também veio desfalcado de Claudinho, eleito craque do último Brasileirão, e do goleiro Cleiton.

E, claro, em vez de 77 mil torcedores, não houve público dessa vez. Nem surpresa.

O Fluminense repetiu a formação que o fez recuperar o bom futebol, com o intrépido Caio Paulista e o insinuante Gabriel Teixeira abertos, mas também fechando no meio, corrigindo a vulnerabilidade de outrora no setor.

Ajuste que fez, inclusive, com que Yago e Martinelli evoluíssem, a ponto de terem se tornado dois entre os melhores em campo.

O time manteve também a intensidade que nocauteou o River e deixou o São Paulo nas cordas.

Na que venceu, havia uma diferença.

Fred.

Recuperado de uma indisposição gastrointestinal, fez o gol que colocou o Flu à frente no confronto e que o deixou a um de Romário, maior artilheiro da Copa do Brasil, com 36 gols.

Pouco depois, Abel Hernández, que entrou a mil, recebeu de Yago para marcar o segundo, no cantinho, tirando de Júlio César.

Fluminense 2 a 0.

Vantagem considerável, mas não definitiva.

Franklin é, definitivamente, passado.

Fred, sim, é presente.

Em comum, apenas a primeira letra de seus nomes.

Também de Fluminense.

E de favorito?

***

[Foto: IstoÉ]

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108 thoughts on “A diferença

  1. E o Ganso está fora do jogo de amanhã.
    Foi para casa, gripadinho.

    Para seu lugar sobe o Matheus Martins, menino de Xerém, parceiro de Kayky e Biel.
    Se entrar em campo não sairá mais do time. É bola !

    Talvez ai esteja a solução.

    1. Pois é, Amaury. .

      Estão voltando a falar na velha gripe de outros tempos que pegava pesado em uns mas não, em outros. Gente ficava de cama, tosse, febre, dor de cabeça até por uma semana, tomava vários chás de plantas medicinais mas pouquíssimos morriam.
      Mas, quem tinha outras doenças morria delas , e os que continuam portadores delas também morrem ainda, só que não se ouve falar mais nisso hoje, mas que é a “balada ” vida; nascer e morrer. Só que, do início de 2020 , até hoje, morreu muita gente de pânico.
      .
      Mas, dirigindo-me ao prezado Juarez, aí abaixo, naqueles tempos esses ferinhas ficavam lá na base quietinhos, sem empresários nem pais querendo faturar em cima deles, nem havia essa badalação toda de hoje, e, quando entravam no titular, não saíam mais. Carlos Alberto foi um desses, e apareceu Edinho logo por ali, embora não me lembre mais dessa cronologia. Lembro de Marco Antônio também, antes deles, baita lateral.

      Mas o clube ganhou títulos com esses rapazes que ficaram no Fluminense por bom tempo, e o que o clube fez de extraordinário na questão de guarda-los da cobiça dos outros?
      Marco Antônio e Carlos Alberto foram parar no Vasco, nem se sabe como eram essas transações, e qual teria sido o lucro que o Clube Tricolor obteve com as saídas desses dois e qual a grana preta que ele ganharam quando estiveram no Flu e nessas transferências?

      O Edinho saiu bem maduro e foi para a Itália já muito tarde e para um time sem expressão, o mesmo para onde o Zico também foi. Carlos Alberto acabou indo para a Espanha onde deve ter pegado um troco maior.

      Mas, para reafirmar o óbvio, naqueles tempos, os europeus eram macacas de auditório do jogador brasileiro mas não pareciam ter tanta grana para leva-los como fazem hoje.
      Além disso, a cor de alguns era empecilho grande para isso.
      ST
      (06/06/21)
      >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

      1. Houve um divisor de águas nesta história que você muito corretamente aborda, PCA :
        Antes : A Lei do Passe.
        Divisor de águas : A Lei Pelé.
        Hoje : A prevalência dos interesses de empresários e clubes de investidores.

        Em resumo : a famigerada Lei Pelé fez toda a diferença e é a causadora do atual imblóglio
        caro PCA.

  2. STT.

    Li que o Fluminense pretende doar o Metinho por 4,3 milhões de libras, por volta de 30 milhões de reais ao Grupo City. Antes de pensar em vender o jogador eu barraria o Nenê (não existe nenhuma perspectiva de lucro em uma venda desse jogador) e o colocaria para jogar junto com o Martinelli e o Yago, seria um meio de campo superior ao atual, mais técnico. Para se ter uma ideia, acredito que muitos torcedores viram o Carlos Alberto Pintinho jogar, não tive essa felicidade, mas pelo que vi em vídeos o Metinho lembra muito esse jogador. O projeto do sub-23 é uma ideia do incompetente Angioni, não fede e nem cheira, é inodoro! Mais atrapalha que ajuda. O Metinho foi colocado equivocadamente para jogar nessa aberração. Tivesse jogando no time principal e se destacado, sem dúvidas iria se destacar, vários clubes ficariam interessados no jogador e ele poderia ser negociado por uma valor dez vezes maior, com toda a certeza! Pessoas que estão a frente do futebol do Fluminense não tem gabarito para negociar jogador, experiências passadas no trato dessas vendas comprovam tal fato. Como disse antes em um post, jogador é um empregado do Clube, não pode ser mais importante que o Clube. Não importa o jogador, tudo deve ser planejado para o engrandecimento do Clube, tanto em vendas como no melhor aproveitamento de certos jogadores.

    Saudações Tricolores.

    1. “eu barraria o Nenê (não existe nenhuma perspectiva de lucro em uma venda desse jogador)”

      Juarez, meu bom Juarez, tu tá falando em VENDA do Nene??? É isso mesmo ?

      1. Guilherme! Você entendeu muito bem a minha mensagem. Deve concordar que quem deveria estar jogando seria o Metinho. É uma questão de negócios e não de amizade ou seja lá o que for. Por isso que tem clubes falindo. Gerir negócios não é para qualquer um. Quem dera tivéssemos alguém com discernimento para entender o raio que clareia a nossa mente em alguns parcos segundos de oportunidade.

        Abraços.

    2. Além de técnico Juarez, ele também tem fôlego que o time precisa na partida.

      Vai entender o que se passa no não aproveitamento de muitos outros jogadores desse elenco.

      ST

      1. O Fluminense era para ter um leque de opções muito maiores do que realmente aparenta. O não aproveitamento de alguns jogadores do sub-17 é de estarrecer. O São Paulo acabou de perder para o Atlético Goianiense por 2 x 0, mesmo se vencermos o Cuiabá ficaremos atrás deles na tabela. São detalhes super importantes em um campeonato de pontos corridos, temos que aproveitar até um suspiro de fôlego ainda mais um pênalti. O futebol é um esporte milionário, um ponto perdido custa muito caro para o Clube, temos que disputar em alto nível, sem chances para o azar.

        Abraços.

    3. Acho que caberia um abaixo-assinado para bloquear esta venda do Metinho e exigir sua escalação.
      Isto é um verdadeiro absurdo, Franco.

  3. Seleção Olimpica vs Cabo Verde de Munich .
    Que tristeza o futebol(?) jogado -24 min.-.
    Já diria Odorico Paraguaçu : só jogam assim, pratrazmente.
    Lástima.

  4. Haha !!!!
    ” Flargh dá carinho e aguarda acerto com Kennedy”.
    Haha !!!
    Sendo assim, teremos os seguintes ” ex-meninos de Xerém ” defendendo as cores da macumba de encruzilhada (com todo respeito ) :
    Gerson – Pedro – Kennedy – Marcos Paulo e Miguel.
    Ou seja, meio time do ” microondas de urubus ” será composto de ex-tricolores de Xerém.
    E vida que segue !!!!!

    1. Infelizmente quanto a esse jogadores quererem jogar no Flamengo, não podemos fazer nada, a maioria desses moleques de Xerém torce para o urubu e só não estão lá desde a base porque não tiveram oportunidades no ninho do urubu.
      O que dói é ver saírem do Fluminense sem terem oportunidade de nos ajudar em algum título e por um valor bem menor do que o Flamengo vai conseguir por eles, isso após ganharem alguns títulos é óbvio.

    2. Agora você imagina o dia que o Flu tentar trazer o Paquetá, VJR, ou Jorge. A mídia fica puta, e faz de tudo pra babar o negócio, igual foi do Léo Moura com o BBBBasco.

  5. A propósito do problema de lateral esquerdo, tudo se resume em dois pontos, na minha opinião :

    ° Houve falhas na formação de meninos desta posição, em Xerém. Faz tempo que não se revela um bom potencial para a posição.
    O último foi o Léo Pelé, já devidamente “doado” para arqui-rivais e hoje brilha no São Paulo.
    E antes disso a sorte nos bafejou com duas pérolas, devidamente ‘torradas’ nesta famigerada feira-livre que é o mercado de jogadores de futebol.
    Foram elas o Ayrton Lucas e o Caio Henrique, ambos ÓTIMOS jogadores.
    E, como ótimos que eram, foram logo ” passados nos cobres ” e deixaram as Laranjeiras.
    Enquanto isso nós ficamos com Egidios, Danilos, Mascarenhas, Marlons e similares.

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