Tricolor até debaixo d’água

Nem era preciso jogar. Um Fla-Flu agendado para data tão próxima de um 25 de junho, dia histórico na vida de qualquer tricolor, não daria outra coisa senão vitória do Fluminense. O menino Richarlison desencantou e fez a alegria da mais doce e iluminada torcida do mundo, especialmente a presente à Arena das Dunas, em Natal, terceira cidade só neste ano a receber o clássico, também disputado em São Paulo e Brasília.

A vitória manteve também uma tendência que vem desde 2010, ano da conquista do tricampeonato brasileiro – a de o Tricolor triunfar no Fla-Flu do primeiro turno (3 a 2, em 2015; 2 a 0, em 2014; 1 a 0, em 2012; e 2 a 1, em 2010). Em 2012, ano do tetra, o Flu ganhou também no returno, 1 a 0.

De quebra, mantém os 100% de aproveitamento em clássicos neste Brasileiro, já que havia ganhado do Botafogo na quarta rodada, 1 a 0. O Fluminense, por sinal, completou a tríade contra os tradicionais rivais na competição, porque havia vencido também o Vasco na 33ª rodada da edição passada, 1 a 0.

Tal como em 1995, o jogo começou sob chuva forte, sugerindo que a partida seria disputada com intensidade de parte a parte. Mas ao contrário daquele, em que foi absoluto, esmagador, soberano, neste o Fluminense esqueceu de entrar em campo no primeiro tempo.

O Flamengo, animado com seus recentes resultados, não soube aproveitar. Principalmente pelo lado de Giovanni, que, sem cobertura de Henrique, se transformou numa avenida ao Pará. Nem mesmo Maranhão, na frente, colaborou. Atuasse como um ponta, acabaria por segurar um pouco as investidas do lateral rubro-negro.

NatalNo Fla-Flu, quem mais se destacou foi o contestado Wellington Silva, com uma atuação segura e até heroica, por ter salvado quase sobre a linha do gol uma bola que só pararia no fundo da rede.

Pouco importa que os gols tricolores tenham sido ocasionados de erros individuais do Flamengo. William Arão e Rafael Vaz entregaram o ouro em lances que decidiram o clássico. Num esporte cujo objetivo é transpor a meta do goleiro adversário, o Fluminense teve o mérito de aproveitá-los.

O Fla-Flu de Natal foi o Fla-Flu da emoção do menino Richarlison (19), que marcou seu primeiro gol com a camisa do Fluminense. Um toque de pureza num meio marcado pela truculência e pela famosa Lei de Gérson.

Bonito.

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BravoQuem assistiu à decisão da Copa América, vencida outra vez pela seleção chilena (2015/2016), viu como é bom contar com um goleiro como C. Bravo no time. Com 1,85m, nem tem tamanho ideal para um camisa 1, mas Bravo compensa tudo com técnica, bom posicionamento e elasticidade, sob a trave e fora dela. Contra a Argentina, deixou sua meta diversas vezes para fazer interceptações seguras em bolas alçadas em sua área – algumas quase na meia-lua.

Astuto e interessado, o também goleiro do Barcelona é daqueles que efetivamente pulam para chegar, é intenso, participativo. Comparar Cavalieri a Bravo é como comparar jabuti a lebre. Um abismo os separa.

O camisa 12 do Fluminense, de tão irregular, já desperta medo entre os torcedores. Chegou àquele estágio em que temem qualquer chute desferido contra sua meta, por não lhe terem qualquer confiança. Contra o Fla, no gol de Guerrero, poderia ter evitado o rebote, se seguisse o que recomenda o almanaque de um atleta de sua posição – jamais espalmar para a frente.

Cava, no quadro atual, nem para reserva tem serventia. Sem um pingo de exagero.

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Encante-se!

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214 thoughts on “Tricolor até debaixo d’água

  1. Pra quem não sabe, a Baixada Fluminense está entre as regiões mais populosas do Brasil. Não precisa ninguém ir pra lá, pois lá já existem 3,6 milhões de habitantes em cidades ‘grudadas’ umas nas outras. Isso representa mais da metade da população da cidade do Rio de Janeiro, que possui 6,3 milhões.

    E poder jogar no Estádio do América em Mesquita deverá nos favorecer. Vão diminuir as viagens e o FLU vai poder jogar perto de nossa torcida. Duplamente perto, aliás. Perto porque é no Grande Rio e perto por ser em um estádio que deixa a torcida bem próxima do campo.

    Espero que os jogadores incorporem ao máximo a nova, e boa, condição e saibam fazer valer.

    ST !

  2. Gostei muito da não convocação do Scarpa !
    O moleque tem de aprender que com esse futebol mequetrefe não irá nunca vestir a amarelinha!
    Tem de jogar 50 vezes melhor!
    Que o desapontamento lhe sirva de lição. Que trate de se empenhar e virar craque no Fluminense. Esqueça Barcelona, Milan e a pqp!
    Ainda é porra nenhuma.
    E tome cuidado para não se tornar medíocre como o Gerson!
    Vá à luta, Scarpa!

  3. Maracanã e o governo porco do Rio de Janeiro — Niticiário: “A ideia do governo (do Rio) é que se os clubes se canditatarem a assumir o Maracanã o façam em consórcio, com um parceiro privado capaz de dar o suporte financeiro. Já as agremiações não pensam em fazer isso.

    — Se Flamengo e Fluminense entram consorciados com uma empresa e depois essa empresa não se mantém, ou não consegue operar o estádio, os clubes não podem substituí-la. Queremos nos candidatar dando garantias ao estado de que contrataremos uma companhia com capacidade de operar e ajudar a manter o estádio. Não é postura de pressionar o governo, é por acreditarmos ser a forma de dar sustentabilidade ao Maracanã. Num estádio de manutenção tão cara, ter mais um ente a dividir os lucros, como ocorre hoje, inviabiliza ainda mais. Os clubes têm um projeto de viabilidade do Maracanã, é possível cortar custos e aumentar as receitas. É viável – disse o diretor-geral do Flamengo, Fred Luz.
    Uma coisa é certa: o governo não tem planos de reassumir a gestão do Maracanã.”
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    Que autoridade moral ou técnica tem esse governo do Rio de Janeiro, do PMDB de Cunha, de Cabral, de Pezão, de Jucá, de Sarney, de Temer e ainda com o vice Francisco Dornelis (primo de Aécio velho de guerra e de delações), e todo esse bando; pra dizer que FLU e Fla não podem administrar o Maracanã, templo de futebol? Estão preocupados exatamente com o quê? Com a boquinha que vão perder?

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