O empate em 1 a 1 com o já rebaixado Avaí é uma espécie de síntese da participação tricolor nesta edição do Campeonato Brasileiro. O mesmo time que venceu Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Grêmio (duas vezes) e Internacional, todos ocupando a zona de classificação para a Libertadores, é o mesmo que, em confrontos de ida e volta conta os cinco últimos colocados, só venceu dois deles (o também grande Cruzeiro e o CSA). Ou seja, em 30 pontos disputados contra o quinteto, o Tricolor levou apenas 11, um aproveitamento risível de 36%, que explica didaticamente por que o Fluminense chegou à 36ª rodada ainda lutando por sua permanência na Série A.
Marcão (foto abaixo) também deve ser responsabilizado pelo tropeço na Ressacada. Ao ver o time desmoronar no segundo tempo, assistiu impassivelmente ao jogo do adversário, que só não empatou mais cedo por sua fragilidade técnica. Tivesse o técnico colocado gás novo mais cedo no time – Marcão só mexeu quando faltavam poucos minutos –, o Fluminense poderia ter matado a partida, em vez de ter sofrido pela oitava vez um gol depois dos 40 minutos do segundo tempo.
Um dos jogadores que mais atuaram na temporada do futebol brasileiro, Caio Henrique disse que a maratona de jogos da semana e a intensidade com que foram disputados foram cruciais para a queda de rendimento dos atletas, que viajaram duas vezes no período e entraram em campo três vezes em intervalo inferior a seis dias.
Ainda assim, o Fluminense, que pareceu querer levar o jogo em banho-maria, produziu muito pouco para quem estava decidindo a sua vida no campeonato. Além do gol de Marcos Paulo pelo segundo jogo consecutivo, após bela jogada de Gilberto, o time só teve mais uma chance clara, desperdiçada por Pablo Dyego, que recebeu passe preciso de Guilherme.
Agora com 42 pontos, o Fluminense torce por vitória do Vasco, hoje à noite, contra o Cruzeiro, ou por um triunfo do Corinthians, às 19h30 desta quarta, contra o Ceará, para entrar em campo, às 21h30, com sua permanência garantida.
O adversário, Fortaleza, venceu quatro de seus últimos cinco jogos (só não venceu os cinco porque perdeu pênalti, no fim, no Beira-Rio), e vem embalado para tentar uma vaga que lhe seria histórica, na Libertadores.
Parada duríssima para o Tricolor, que não deve descartar o resultado de empate, caso ainda não esteja matematicamente livre.
Acreditando em dias melhores, a torcida tricolor deve chegar junto, enchendo o Maracanã, para o jogo que marcará a despedida do Flu em sua cidade na temporada.
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Quem quiser uma boa explanação sobre clube empresa, há um vídeo no Facebook do Observatório do Fluminense com um debate no qual participa o Pedro Trenghouse, especialista no assunto e ex-candidato a presidente do Flu, mais Toninho Nascimento, que já foi Secretário de Futebol e Defesa do Direito do Torcedor pelos idos de 2015 e é tricolor.
Não há como receber essas informações e continuar achando que Peters, Abads, Mários e congêneres, e tantos outros oriundos de politicagem clubística vão resolver os sérios problemas do Fluminense, o conduzindo para o futuro.
O futuro, aliás, começa pela mudança da nossa mentalidade como torcedores. Somos nós que mantemos o clube vivo mas também somos nós que podemos decidir se vamos continuar a sustentar essa estrutura podre e anacrônica que é comum a todos os grandes clubes de futebol do Brasil.
Enquanto continuarmos a achar que algum salvador da pátria mudará os rumos do Fluminense; que dar mensalmente dinheiro na mão de pilantras sem nenhuma transparência, tirará o clube da lama; que votar uma vez a cada três anos em dirigentes amadores vai nos levar à modernidade etc, esse modelo continuará a ser alimentado e os aproveitadores de sempre continuarão a nos manipular, pois manipular paixão é uma moleza.
Achar que tomando o mesmo caminho de sempre se chegará a um lugar diferente é auto-ilusão. Sem mudança de paradigmas, o clube fechará as portas em poucos anos. O Botafogo, que está um pouquinho pior que a gente, já caiu na real. Estamos esperando o quê ?
ST
Ainda que a arbitragem tenha sido péssima, a derrota, em casa, na abertura do campeonato para o Goiás (que vinha da série B) foi o enunciado da trajetória Tricolor no Brasileiro. Ou seja: a pretensão era não ser rebaixado.