Flu e Mel se misturam; água e óleo, não

— Vim ao Maracanã para assistir ao primeiro gol do Germán Cano na temporada.

Foi o que disse minha filha, Melissa, assim que viu o nome do xodó argentino ser anunciado no telão.

Mel não ia ao Maior do Mundo havia exatamente três meses, em 5 de novembro, naquela imponente virada do Fluminense sobre o São Paulo, em tarde de gala do próprio Cano, autor dos três gols na vitória por 3 a 1.

— E digo mais, pai, o Fluzão vai ganhar por 3 a 0.

— Bem, se o Fluminense vencer hoje, você pode escolher um desses copos personalizados com caricaturas dos jogadores…

Pensei melhor e completei:

— Mas se você acertar o placar, aí poderá escolher três, um por cada gol.

Germán Cano, em belo chute de fora da área, faz seu primeiro gol pelo Fluminense na temporada, o 45º dos 47 que já marcou pelo clube. Crédito: Marcelo Gonçalves | FFC

Mel arregalou os olhos quando viu Cano acertar um chutaço no ângulo logo aos oito minutos. Parecia não acreditar. E ficou feliz quando reparou que o contra-ataque havia sido puxado pelo Keno, por quem também estava torcendo para desencantar.

O Flu fazia um primeiro tempo digno, com boa participação de quase todos os jogadores, embora Martinelli, excessivamente cauteloso, e Jorge, tímido no apoio, estivessem algumas notas abaixo.

Mel chegou a abrir um sorriso quando viu Keno, bem à sua frente, finalizar de letra um cruzamento rasteiro de Arias, depois de uma escapada do colombiano. Mas, para lamento geral, a bola bateu caprichosamente na trave direita do goleiro Leandro.

O Flu explorou muito o seu lado direito no primeiro tempo, e se valeu de uma noite feliz de Samuel Xavier, assertivo no apoio, por vezes chegando à frente com perigo.

Num dos lances, entrou livre pela direita, depois de uma troca de passes rápida envolvendo Martinelli, Nino, Felipe Melo e Ganso, que tocou de primeira para o lateral chutar cruzado da entrada da área. O goleiro defendeu, mas Cano estava lá para pegar o rebote e fazer 2 a 0.

Foto de Cano no telão e de Mel com o copo: câmera particular de João Garcez

Com a vitória bem encaminhada, aproveitei o intervalo para comprar um lanche e o tal copinho prometido em caso de vitória. Mel, claro, escolheu o do Cano, seu grande ídolo da atualidade.

Era normal que o ritmo caísse no segundo tempo, uma vez que a obrigação de buscar o resultado era toda do Audax.

Aproveitei para ir narrando as jogadas para que Mel fosse se familiarizando com os jogadores menos populares do elenco.

— Esse Felipe Melo é tão careca que sua cabeça parece lustrada — disse, sem que eu conseguisse conter o riso.

— Ih, Mel, o Diniz está trocando vários jogadores. Agora vai ficar mais difícil você identificá-los, né?

— Ah, não, pai! Eu aprendo. Continue falando quem é quem, por favor.

Entre os que entraram, Guga, Lima, Yago Felipe, Giovanni e Alan, talvez só o garoto vindo do Ajax merecesse menção, por ter participado diretamente do terceiro gol.

Na construção, mais uma de Arias, o colombiano cruzou da esquerda. Giovanni, então, raspou de cabeça na bola, que sobrou limpa para o maior artilheiro do país na temporada passada encher o pé.

Novo hat-trick de Cano, como da última vez de Mel, pé-quente toda vida — em especial, para o pai de Lorenzo.

Da direita para a esquerda, Mel, de pé e fazendo bico, é a segunda, à frente do zagueiro Matheus Ferraz e ao lado de menina de óculos. Crédito: FFC.

E, claro, para o papai João, sempre tão orgulhoso de sua já nem tão pequena tricolor, como na vez em que entrou em campo de mãos dadas com os jogadores, em 2020, numa partida contra o Resende, dia 8 de março (foto).

Com o placar de 3 a 0 cravado, Mel ainda se beneficiou de seu palpite preciso, ganhando mais dois copos na saída do Maracanã, desta vez escolhendo um mais recente da linha, com Arias, Cano, Ganso, Diniz e André reunidos, e um outro só com caricaturas do Meastro.

Ah, Mel nasceu em 9 de outubro de 2012. Trinta e três dias depois o Fluminense seria tetracampeão brasileiro.

Misturinha da boa, essa…

91 thoughts on “Flu e Mel se misturam; água e óleo, não

  1. É impressionante como o Sportv só fala do Flargh.
    E ainda deixa aquele horroroso escudo bem na cara dos telespectadores, estampado no painel de fundo da tela.
    Eu pulei fora.
    Não assisto mais aqueles enganadores.

  2. Caros,

    Vou falar de novo sobre o antagonismo (não é mera rivalidade, não!) com o “Asco”.

    Desde de a implantação da “espanholização” no futebol brasileiro – rivalidades binárias nos estados e a busca por uma rivalidade binária nacional Rio-São Paulo. Os donos do nosso futebol enquartelados na imprensa esportiva – Globo à frente – e imprensa paulista – investidores, “Faria Lima” – investiram a partir da década de noventa em incrementar a rivalidade binária entre Flamengo e Vasco enchendo os dois de dinheiro e deixando Fluminense e Botafogo à míngua. Foi a era do Eurico, que sabia muito bem que o espaço que tinha de ocupar era o do Fluminense na rivalidade histórica contra o filho ingrato da Gávea.

    Pois bem, ainda hoje vemos cretinos na ESPN menosprezando o futebol do Rio (um comentarista com cara de Fumanchu disse textualmente: “Como o Rio quer ter quatro grandes se em São Paulo – Capital – só tem três?”), e o dirigentes viúvas do Eurico no “Asco” continuam a cultivar o ódio, nascido mesmo de uma baita inveja, contra o inimigo Fluminense. Ódio que fez um rapaz de paz ficar até com sequelas por ter sido agredido covardemente pela costas com uma barra de ferro por marginais torcedores do “Asco” , um dos quais chegou a gravar videozinho de propaganda de jogo para esse clube. Depois não entendem porque as famílias de tricolores não gostam de compartilhar espaços com essa gente…

    Da extinção na década de 90 nos salvou a grana da Unimed e ao Botafogo o prefeito, cujo filho tinha o codinome “Botafogo” na lista da Odebrecht, e que lhes deu o Engenhão. Espero que as nossas diretoras enfrentem com o devido vigor todas essas provocações.

    Há muito tempo, desde a época do infame Eurico, aguardo uma vitória acachapante nossa que os humilhem na bola como merecem.

    SDs T

  3. Pois é! O foguim acaba de assumir a liderança do campeonato ao vencer o poderoso Bangu de Milão. Embora deva perder a liderança pro campeão do terceiro lugar no Mundial de clubes, é quase certo q os dois estarão nas semifinais do cariocão. As últimas duas vagas ficariam então entre asco, Flu, voltaço e bangu. Eu descartaria o Bangu q já chegou aonde podia. Ficam então 2 vagas entre asco, Flu e voltaço.
    Embora tenha vencido o Audax de Madrid, a situação do time dos guerreiros q não ganham nada ainda é preocupante. Não perder o clássico de amanhã é fundamental. Ficar fora das semifinais seria um ‘desastre’ … mesmo pros padrões do Mário lacrador.
    Obs.: A situação só não é pior pro Flu, pq o voltaço conseguiu a façanha de ganhar de asco e Flu e perder pra lusinha carioca.
    Vamos Fluzão, vamos fortes!
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  4. STT.

    “Trabalhei com equipes da Europa, Ásia e América do Sul, mas esse grupo é o melhor que já vi. Tecnicamente, é claro, mas porque aqui em Xerém os jogadores, além de talentosos, amam seu trabalho, contam em geral com uma boa estrutura e expressam sua personalidade, encorajados pelos treinadores. É raro e me parece algo específico de um clube tradicionalmente formador como o Fluminense.”

    — Dr. Robbie Wilson, cientista da Universidade de Queensland. FONTE: ge

    Um grupo de cientistas dessa Universidade australiana acompanhou o dia a dia do Fluminense em Xerém durante uma semana. Feliz e orgulhoso dessa observação. Segundo ele, tecnicamente “a melhor do mundo”.

    Em tempo: será que o Egídio tentou um acordo antes de entrar em processo contra o Fluminense? Apurar os fatos é de suma importância para exercer a critica. Pelo que eu soube foi o Fluminense que não cumpriu o acordo acertado. Como trabalhador o atleta tem os seus direitos como qualquer outro, o Fluminense tem obrigações como qualquer outro empregador, não importa se o atleta foi bem ou mal com seus deveres, isso fica com quem o contratou. Não deveria ter sido contratado, evitaria esse processo, alias, não foi o primeiro e nem vai ser o último, típico de uma gestão incompetente. Se fosse um Clube empresa o presidente e o diretor executivo seriam demitidos.

    Saudações Tricolores.

    1. Ao que se sabe houve acordo judicial em que o clube quitaria o valor em 15 parcelas de R$ 23 mil cada.
      Acontece que -como sempe acontece-
      o clube não honrou o compromisso, parando de pagar após a 3ª parcela, caro Franco.

      1. Sim Amaury, mas é impressionante a quantidade de más contratações q esses dirigentes fazem, sem contar o número de jogadores q colocam o Flu na justiça. Eu lembro, por exemplo, do ‘inútil’ e inexpressivo Hudson, que se não tivesse se machucado, teria impedido o André de se firmar no time.
        Faça um levantamento e veja a quantidade de ex-jogadores q existem no Flu (com salários altíssimos) e que, com certeza, irão também cobrar os direitos quando saírem.
        Abçs!

        1. Resultado da (indi)gestão que assola o clube desde que aquele maledito grupo tomou conta de sua política, meu caro.
          Dominado pelos piscineiros, seu destino é o ralo.

  5. ” Egídio entra na Justiça contra o Flu.”(Netflu)

    ” De acordo com o repórter, em seu canal YouTube, o Tricolor das Laranjeiras tinha que pagar quinze parcelas de R$ 23 mil, mas quitou apenas três, um quinto delas. O lateral alega que não foram pagas as férias
    de 2020 e 2021, e parte do 13º salário de 2021, além do não recolhimento do FGTS.”

    Era uma vez um cara que era 171.
    Aí, resolveu tornar-se sério, honesto.
    E inverteu tudo em sua vida !!!

    Mas, não adiantou.
    171 invertido resulta em ……. outro 171.
    Não tem jeito.
    Pau que nasce torto …………. !!!!!!?

    1. É aquele velho hábito desses dirigentes que não cumpre com as obrigações judiciais e além do prejuízo que foi a contratação do Egídio, a conta feita no acordo sobe que sobra para o Clube arcar.

      Eita mania que está longe de acabar, pois o Fluminense deve ter uma lista boa na Justiça de processos contra o Clube.

      ST

  6. Mário lacrador já está preparando a torcida para o fracasso no estadual, dizendo q a meta é a libertadores…depois q for eliminado da libertadores, dirá q o grupo ‘foi bem’, está de parabéns e irá prometer conquista da sula Miranda. No final restará um quinto lugar no Brasileirão e uma nova promessa de títulos em 2024. E segue o ciclo…
    Tirando as marionetes, tem q ser muito ingênuo (trouxa) para acreditar nas promessas mirabolantes (que nunca se cumprem) de Mário lacrador.

    E não é que reintegraram o Cris…credo! 😬

  7. “A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma. As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados; elas descem ao íntimo do ventre. O que é negligente na sua obra é também irmão do desperdiçador.”

    Fluminense é para os fortes!!

  8. Em síntese a mensagem da diretoria de Flu
    é a seguinte :
    ” Diniz pode perder à vontade no carioca, pois o objetivo é conquistar a Libertadores.
    Assim, o carioca pode ser usado como campo de provas,”.

    Provavelmente testando(???) marromenos, monogode, criscredo e outras tralhas

    Isso, ás vésperas de um clássico.

    Dá-lhe, incompetência !!!!!

  9. Pois é! Como se não bastasse o momento atual no Brasil (e no mundo) em q a censura e o tal do ‘cancelamento ‘ correm soltos, agora os dois chatos de galocha do blog (o insuportável defensor dos dirigentes oprimidos e o ‘pois é’) querem impor regras e impedir apelidos carinhosos, que nem de longe se comparam com as palavras grosseiras que torcedores de outros times comentam quando seus respectivos times perdem.
    Espero q não sejamos proibidos de citar palavras como pardal, lampadinha, araque, maracujá, monogode, enceradeira, Garibaldo, mão de alface, etc…

    P.s.: Franco, não me queira mal … não tenho ciúmes nem inveja de ninguém não. Acredito q cada um segue seu caminho e independente de classe social, todos temos nosso ‘céu e inferno’ particular.
    Apenas não confio no dinizismo, acho uma bobagem, uma porcaria q não deu certo em clube nenhum e q só funciona em alguns momentos dos campeonatos.
    Eu preferia um técnico de verdade, mesmo q jogasse feio, mas fosse campeão.
    Mas vc acha q eu não ficarei feliz em caso de uma improvável conquista de libertadores? Com certeza eu ficarei muito mais feliz do q os tanto faz, tanto fez e os q torcem pra dirigentes. Abçs!
    Amaury ‘tamo junto’! 👍

    1. Eu parto do seguinte pressuposto, caro Nando. O técnico Fernando Diniz assumiu o Fluminense depois do Campeonato Carioca, não foi bem na Libertadores porque pegou a carruagem virando abóbora. Conseguiu levar o time para a semifinal da Copa do Brasil, aí por uma infeliz escolha (Wellington), fomos eliminados pelo Corinthians. No jogo contra o mesmo time (sem Wellington) lá no campo deles, pelo Campeonato Brasileiro com o time completo, vencemos por 2 x 0. O terceiro lugar no CB é uma posição honrosa que tem algum significado, quer dizer que podemos sonhar mais alto. Eu vou sonhar, acredito no time e acredito no técnico. Estamos no caminho certo.

      Abraços.

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