Filme repetido

O gol sofrido pelo Fluminense ao apagar das luzes, marcado pelo polêmico e controverso Diego Souza (até há poucas semanas, jogador do Tricolor), além de interromper uma sequência invicta de cinco partidas, chama à realidade os mandatários das Laranjeiras.

Transcorrido já um quarto do Campeonato Brasileiro, o time do técnico Levir Culpi vem encontrando dificuldades para variar o repertório, decidir jogos e até marcar gols (foram apenas oito em nove rodadas), o que evidencia carências no elenco, depois que o clube se desfez de alguns jogadores, como o próprio Diego, que, mesmo distante de estar fazendo uma boa temporada, é um jogador experiente, útil, que sabe tratar a bola.

A equipe está na conta do chá, e atletas como Cícero e Gustavo Scarpa vêm jogando um futebol de amargar. Para piorar, apesar de melhora gradativa, as laterais continuam capengas, e a defesa voltou a bater cabeça, falhando nos dois gols (sobretudo no segundo, pitoresco) da vitória do então lanterna Sport por 2 a 1 – em que pese o falso domínio do Flu, com 64% de posse de bola.

A sensação geral é a de que, mesmo com carências, o Flu tem cacife para dar mais, mas atua com certa frouxidão, com o freio de mão puxado, em injustificável displicência.

Contudo, a lentidão da diretoria para anunciar ao menos um meia e um centroavante de ofício (Dudu e Maranhão não são, propriamente, “reforços”) corrobora com os que veem nela inabilidade para gerir o futebol, apesar de ter fincado a bandeira da modernidade no futuro centro de treinamento, na Barra da Tijuca.

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MagnataNão obstante o belo segundo uniforme, todo branco, o Fluminense vestiu o verde da esperança depois que Magno Alves, que substituiu Richarlison no intervalo, fez bela jogada individual, empatando a partida, a seis minutos do fim.

Mesmo aos 40 anos, Magno é o jogador que mais dignifica a camisa do clube, com compromisso, dedicação e amor declarado ao escudo tricolor. Terceiro maior artilheiro do planeta bola em atividade (atrás de ninguém menos que Cristiano Ronaldo e Messi), o Magnata tem futebol, liderança e tempo de clube suficiente para se tornar referência no ataque do Flu.

Só falta ganhar a titularidade.

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Um tipo de meningite muito grave acabou por fazer este porquinho perder sua visão e parte de sua pelagem.

Mas sua tutora, a ativista Corinne DiLorenzo, fundadora do Santuário Terra (Earth Sanctuary), encontrou uma forma de abrandar seu sofrimento.

Diariamente, ela canta uma velha canção irlandesa de ninar a Bentley (“Connemara Cradle Song”) no hospital veterinário em que ele foi internado – a mesma que cantava para seu filho adotivo quando ele ainda era bebê (vídeo). “Ela só sai naturalmente de mim, quando há alguém que precise de conforto”, diz DiLorenzo.

Bentley havia sido abandonado por seu antigo tutor, mas Corinne, que também é cantora de ópera, deu lar temporário a ele em seu santuário, em Illinois (EUA), voltado principalmente para animais idosos, doentes e portadores de necessidades especiais.

Só que Bentley fez uma bonita amizade com outro porquinho resgatado, Percy, e Corinne, então, não teve coragem de separá-los.

“Nós precisamos começar a mudar o modo como vemos os animais”, observou Corinne.

O anjo de Bentley, uma pessoa rara.

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