O Caso Scarpa

Gustavo Scarpa tem todo o direito de não querer mais jogar no Fluminense. Mas é atleta do clube, com quem deveria ser mais honesto em suas intenções.

A diretoria reconhece que atrasou salários em 2017, por isso enxugou a folha, dispensando jogadores caros. Não quer repetir o mesmo erro em 2018.

E quanto a isso concordo com Paulo Autuori, diretor esportivo recém-contratado, que disse não existir nada menor do que não ser cumpridor de seus compromissos, e que o Flu querer regularizar sua situação financeira deve ser visto como algo digno, grande, louvável.

O Fluminense deve a Scarpa, como também deve a outros atletas. Mas procura ser transparente com seus profissionais, apontando os problemas e se movimentando para remunerá-los, mesmo que com atraso.

Especula-se que Scarpa estaria procurando brecha para rescindir na Justiça seu contrato, já que, segundo a Lei Pelé, um jogador só pode fazê-lo se houver atraso salarial, de direitos de imagem ou no recolhimento de FGTS por período igual ou superior a três meses, o que não é o seu caso.

O Flu deve a Scarpa o 13º de 2016 e 2017, além de um mês de CLT.

Gustavo Scarpa tem, como qualquer trabalhador, direitos adquiridos, mas também deveres, com os quais, por ora, vem faltando. Valorizado pelo clube, também fez-se valorizar por meio da projeção institucional do clube que o acolheu.

Não é craque (nisso, discordo de Tostão). Mas, entre os padrões atuais do futebol brasileiro, é acima da média.

Contudo, o processo de vitimização que iniciou desde as vaias que recebeu em uma partida contra o Bahia é descabido e, até certo ponto, infantil.

Scarpa gosta de ser visto como homem esclarecido, mas, para tal condição, ser sincero e respeitador estão entre os predicados.

O que passa bem longe de seu caso.

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