Já de saída, Levir?

O Fluminense mergulhou de vez na crise depois de nova onda de protestos nas Laranjeiras – políticos ou não – e do empate em 1 a 1 pela Copa do Brasil com o modesto Ypiranga, quinto colocado em seu grupo na Série C, jogo que levou apenas 494 pagantes a Volta Redonda.

Levir Culpi assumiu a responsabilidade pela má fase e já fala até em sair, mas a morosidade e a falta de uma atitude mais profissional de parte do elenco tricolor, pelo histórico observado, independem do treinador que esteja no cargo.

Desde e reeleição de Peter Siemsen, o clube trouxe Renato Gaúcho, Cristóvão Borges, Ricardo Drubscky, Enderson Moreira, Eduardo Baptista e Levir Culpi, média de um profissional a cada cinco meses. E à exceção do atual técnico da Ponte Preta (desconsiderando também Drubscky, que ficou menos de um mês no cargo), com todos, o time teve melhora de performance nas primeiras semanas.

Contudo, um sistema viciado parece encrustado nas Laranjeiras. A letargia e a pasmaceira sempre retornam e predominam depois de algum tempo. Levir ainda deu a sorte de sua curva ascendente ter coincidido com a reta final da Copa Sul-Minas-Rio. Ao menos, pôde ser campeão pelo clube e tirá-lo da fila, que perdurava desde a conquista do tetracampeonato brasileiro, em 2012.

Apesar da importância histórica da conquista da Primeira Liga, o título não mascara o trabalho ruim que vem sendo desenvolvido no futebol profissional do clube.

Falar em boicote a Levir parece exagero, mas a sua declaração de que os jogadores não respondem ao que é combinado é, no mínimo, sugestiva.

Questionar o trabalho do atual treinador é direito de qualquer torcedor, mas observar as evidências que acometem o futebol de marmanjos do clube é dever de todos os tricolores.

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A vocação pela dor.

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