Tigre pé de coelho

Foi uma estreia muito mais legal que a da temporada passada, quando o Flu perdeu sem luta para o Volta Redonda (3 a 1).

Começar bem a Primeira Liga, defendendo o título de campeão, foi um alento para a torcida tricolor, que nem de binóculos conseguia enxergar a última vitória do time, há quase quatro meses.

O Flu agradou pela movimentação, pelo esboço de organização e pelo número de oportunidades criadas.

Longe de ser um sparring, o Criciúma valorizou o triunfo do time de Abel, trazendo constante perigo à ainda vulnerável defesa tricolor.

O time de Santa Catarina, por sinal, é uma espécie de talismã do Fluminense: sempre que cruza o seu caminho, o Tricolor costuma ter sucesso na competição.

Só assim, de puxar pela memória, lembro de quatro oportunidades.

A primeira, a mais fresca, no ano passado, quando o time bateu o Tigre por 2 a 0 ainda na fase de classificação da Primeira Liga e pulou para as semifinais. A taça, sabe-se, parou na mão do Flu.

Uma outra em 1995. Naquela, como agora, as equipes faziam sua estreia, mas no Brasileiro. Deu Flu: 1 a 0, gol de Ailton, nas Laranjeiras. Comandado por Joel Santana, o time só cairia nas semifinais da competição.

Três anos antes, o Criciúma defendia seu título de campeão da Copa do Brasil e enfrentaria o Flu nas quartas-de-final. Duas vitórias (2 a 1 nas Laranjeiras e 3 a 0 no Heriberto Hülse) classificariam o Tricolor, que avançou até a decisão.

Mais quatro anos para trás, em 1988, nova goleada: 3 a 0 Flu, no Maracanã. A exemplo de 1992, o Tricolor tinha Sérgio Cosme como técnico e chegaria às semifinais do Brasileiro, quando só sucumbiu ao futuro campeão Bahia.

Quase 30 anos se passaram deste último duelo, realizado numa década dourada, de grandes públicos e espetáculos memoráveis.

Terça à noite, em Juiz de Fora, a realidade era outra: pouco mais de duas mil pessoas apenas pagaram ingresso para este Fluminense 3 x 2 Criciúma, em Juiz de Fora, mesmo palco da decisão do ano passado, que teve casa cheia.

Verdade que a torcida anda resignada com o retrospecto recente e desconfiada do plantel atual.

Mas embora os velhos problemas defensivos tenham se repetido (Renato Chaves e Henrique falharam nos dois gols do Criciúma, embora este tenha marcado um a favor), o Flu, mesmo sem Gustavo Scarpa, convocado para a Seleção, teve em Orejuela, Sornoza e no menino Pedro, que marcou seu primeiro gol como profissional (e que gol!), motivos para ter esperança.

A dupla equatoriana, também jovem (23), qualificou ainda mais o setor, que conta ainda com o bom volante Douglas.

O meia talentoso Sornoza, especialmente, mostrou precisão não apenas nos passes curtos, mas também nas enfiadas.

Lá na frente, Wellington, que chutou uma bola na trave, e Henrique Dourado não puderam se queixar.

A torcida também não. O jogo foi movimentado, com pitadas de emoção, e o Flu, enfim, pareceu ter deixado definitivamente para trás uma época de indolência, marasmo e descompromisso, uma promessa de Abel, inclusive.

Virada a página, o time parte para o segundo desafio do ano, bem mais encruado, contra o Vasco, domingo, no Engenhão, pela primeira rodada da Taça Guanabara, quando os tricolores poderão tirar outras impressões de sua nova equipe.

Para o pontapé inicial, valeu!

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