Nem com reza

Se o Pontífice fosse torcedor do Fluminense, talvez a peregrinação até o Vaticano tivesse mais chances de sucesso. Mas Papa Francisco é sabidamente argentino. E torce para o San Lorenzo, que ganhou pela primeira vez a Taça Libertadores da América em 2014.

Victor Maia é tricolor de coração. Esteve na Praça de São Pedro com nossa bandeira como forma de representar nosso clube naquela que é a menor entidade territorial do mundo administrada por um Estado.

Mas Sua Santidade é natural de Almagro. E diferentemente do Papa João Paulo II, não é carioca por adoção. “Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”, divertiu-se João de Deus numa de suas vindas ao Brasil.

Brincadeiras à parte, Victor Maia é leitor da coluna e esteve na Itália no dia da canonização do padroeiro da torcida do Fluminense, em agosto de 2014. Enviou a foto acima para a seção Tricolores pelo Mundo, reinaugurada nesta nova fase do Terno e Gravatinha.

Se você também deseja ter a sua foto publicada, basta enviá-la para joaogarcez@yahoo.com.br O único requisito é estar vestido ou segurando as cores do clube. Se desejar, escreva ainda em poucas linhas por que você é tricolor de coração.

Aguardo você.

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Estadio vazioAo que parece, havia menos pessoas em Volta Redonda do que na foto registrada acima, na Praça de São Pedro. Menos de mil torcedores pagaram ingresso para assistir a Fluminense 0 x 0 Coritiba, um fenômeno que deveria estar deixando a diretoria com os cabelos em pé.

A não ser que estejam achando natural um clube de massa como o Fluminense vir jogando sistematicamente para públicos diminutos, ao vento, o que ocorrerá mais uma vez nesta quarta-feira, no mesmo Raulino de Oliveira, contra o Ypiranga-RS, pela Copa do Brasil.

Tão cristalina quanto a água é a máxima de que a torcida é o termômetro do time. Está claro que este movimento de distanciamento das arquibancadas tem a ver com a falta de motivação, empolgação e até de empatia com o elenco. A torcida, já há uns dois anos, não vem comprando a sua “ideia”.

Fica feio, fica estranho, bem sei. Mas deveria envergonhar, sobretudo, os dirigentes. É um fiasco ver as arquibancadas abandonadas, com o Fluminense parecendo um clube de menor escalão. O desânimo da torcida é sobremaneira que me arrisco a dizer que nem mesmo se o Flu jogasse com portões abertos o estádio receberia um público razoável. Ninguém quer ter o trabalho de se deslocar para ver o que não é interessante.
Jogada

O clube retornou às épocas de vacas magras, ao que parece. São tempos de Giovanni, Pierre, Dudu, Maranhão, Osvaldo, Samuel… Devem ser respeitados como homens, pais de família que hão de ser, ressalve-se. Mas não apreciamos o seu futebol, a suposta “arte” que nos oferece, senão a arte de nos fazer enlouquecer.

Contra o Coxa, sem Giovanni, Douglas e Cícero, suspensos, o Fluminense até fez um bom primeiro tempo, com o time abrindo espaços, tentando chegar com velocidade ao ataque. Teve algumas chances e deixou a impressão de que o gol sairia, mas era dia de Wilson e da falta de pontaria dos tricolores, que acertaram até o travessão, com Henrique.

Cavalieri, geralmente criticado aqui, desta vez foi bem, saindo com arrojo nos pés de Leandro num lance em que o atacante entrou cara a cara. Outro que deve ser mais bem observado é William Matheus, que estreou na lateral esquerda. Foi ousado, fez jogadas de fundo, mas errou alguns cruzamentos. Levir deveria dar uma sequência de jogos a ele.

O empate em casa contra o Coritiba traz desânimo e a impressão de que o time não se sustentará. Mas é preciso calma. O Fluminense está a uma fase de entrar no funil da Copa do Brasil e tem tempo para melhorar sua performance no Brasileiro.

O time não empolga, mas conta com jogadores que podem visivelmente render mais. Além disso, o clube acaba de contratar Henrique Dourado, que não é um primor de técnica, mas tem faro de gol. Contudo, o atacante não joga há dois meses e entrará em forma gradativamente. Um meia também deverá ser anunciado nos próximos dias.

Como sugere o tema de abertura, fé!

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