Flu desmorona

Ao fim de Fluminense 1 x 1 Atlético-PR, os 45 mil tricolores que estiveram no Maracanã (além dos outros milhões que não foram, mas que viram pela TV) hão de ter chegado à conclusão de que o Flu não tem nada a fazer na Libertadores do ano que vem.

Foi uma atuação melancólica, vexaminosa, igual ou pior até do que as anteriores que levaram o time a completar sete jogos sem vitória no Brasileiro.

O técnico interino Marcão acompanhou o desempenho da equipe: mais atrapalhou do que ajudou.

Fez suspense até com relação ao goleiro que escalaria, como se o improvável retorno de Diego Cavalieri fosse alterar alguma coisa no esquema tático planejado por Paulo Autuori.

Mas esse foi apenas o menor dos seus erros.

No fim das contas, fez o que o presidente pediu, escalando o Fluminense com três volantes, sacando o mais promissor deles – o menino Douglas.

Poderia ter organizado o time no segundo tempo (no primeiro, o gol de Cícero, que jogou adiantado, atenuou a pífia atuação do time), mas preferiu reinventar Osvaldo, que sequer vinha sendo relacionado por Levir, e colocar um volante (Douglas) no lugar de Cícero num momento em que o time havia sofrido o 1 a 1 (pênalti dantesco de Willian Matheus) e precisava buscar a vitória.

Nas arquibancadas, quanto mais a torcida empurrava, mais o time se trancava.

Defesa e laterais batiam cabeça e erravam sucessivos passes curtos – alguns para o lado, com o companheiro a dois ou três metros.

O Flu ainda teve a bola do jogo, num pênalti marcado nos acréscimos, mas Gustavo Scarpa bateu no meio do gol, à meia altura, facilitando a vida do goleiro, que defendeu com os pés.

Foi o primeiro ponto conquistado pelo Atlético-PR fora de casa depois de nove rodadas.

Mais um para a coleção de micos tricolores neste Brasileiro.

Os resultados do futebol do Fluminense são meramente condizentes com o despreparo de sua direção para cuidar do departamento carro-chefe do clube.

Entre muitas idas e vindas, o futebol na gestão Peter jamais teve uma cara, um rosto, senão o da falta de planejamento, o da própria desorganização.

Não há mesmo técnico que resista.